NR1 coloca o uso da Matriz de Risco obrigatória

  • Elaine de Oliveira Pinto e Sérgio Thode Filho

    • Sua Unidade de Alimentação e Nutrição já possui uma?

    Em agosto de 2021, Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01) – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (Brasil, 2021), colocou como obrigatório o uso da matriz de risco como uma ação prevencionista para avaliação de riscos ocupacionais.

    Matrizes de risco serão utilizadas para determinar o nível de cada risco no que envolve a gestão de riscos e o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).

    Cada empresa ou unidade de alimentação e nutrição deve escolher as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos mais adequadas a sua realidade e circunstância em avaliação.

    Qual a diferença entre matriz de risco e inventário de risco?

    Matriz de riscos é utilizada não só para determinar o nível do risco, mas também para classificá-los de acordo com a prioridade de relevância e ordem de ação. Já o Inventário de riscos é um levantamento de todos os riscos presentes no ambiente laboral e o nível de risco pode fazer parte dele.

    Dois documentos passam a ser obrigatórios no PGR, o INVENTÁRIO DE RISCOS E PLANO DE AÇÃO.

    Com intenção de identificar e tratar corretamente os riscos, vamos falar da matriz GUT que é uma ferramenta de priorização de problemas e riscos, através da atribuição de notas para os aspectos de Gravidade, Urgência e Tendência (PERIARD, 2011). Através dela, é possível montar uma ordem de classificação, usando o total resultante da multiplicação dos valores aplicados para cada aspecto (G x U x T), e dar prioridade aos que tiveram maior pontuação.

    É muito comum em uma UAN movimentos repetitivos, exposição ao calor ou frio, levantamento de peso excessivo e permanência em pé por longos períodos, pela característica do trabalho desenvolvido. Além disso, muitas vezes, com o objetivo de cumprir os horários de distribuição de refeições para que não haja atraso na entrega dos pacientes, muitos profissionais sofrem pressões para aumentar carga horária, ou até dobrar o turno, ocasionadas por falta de pessoal, licenças médicas, cobertura de férias e folgas.

    Segundo um estudo feito por Frank Bird Jr (1969), para cada ocorrência de um acidente sério, já foram registrados 10 acidentes menores, 30 acidentes com danos materiais à propriedade e 600 acidentes menores ou “quase-acidentes”, que foram ocasionados por condições impróprias do ambiente laboral ou por comportamentos de risco.

    Fonte: https://blog.closecare.com.br/a-importancia-da-piramide-bird-para-a-saude-ocupacional/

    A iluminação inadequada, pode levar à troca equivocada de ingredientes de uma preparação, cansaço visual, irritabilidade, quedas, dentre outros. Já a falta de EPI pode levar a lesões nos olhos, queimaduras, escorregões e um número maior de afastamentos por problemas relacionados a lesões.

    A presença de ratos pode transmitir doenças como leptospirose, além de roer fios, estragar equipamentos. Suas fezes e urina contaminam equipamentos, bancadas e podem contaminar o alimento.

    A presença de moscas, que além de serem atraídas por açúcares e frutas, ingerem fezes e alimentos em decomposição, podem transmitir mais de 100 diferentes tipos de doenças, como cólera, disenteria e outras que colocam a saúde do trabalhador e a segurança do alimento em risco, gerando prejuízos financeiros, pois o descarte é obrigatório caso haja contaminação dos alimentos.

    Por isso, por mais que o risco não esteja no topo da lista, ele precisa ser diagnosticado e acompanhado de perto, e todos os incidentes precisam ser registrados, pois conforme demonstrado na pirâmide de Bird, eles ocorrem sob o chamado “efeito dominó”, onde um ocorre sob influência do outro, podendo gerar uma lesão grave ou levar à morte do trabalhador.

    Conclui-se assim que a análise diagnóstica por checklist, análises observacionais, medições e questionários são de extrema importância para a aplicação de uma ferramenta de análise de riscos, que se tornou obrigatória, como a Matriz GUT que pode ser associada a outras ferramentas como APR e a pirâmide de Bird.

    E você, sabe realizar análise de riscos para prevenção de acidentes no seu ambiente de trabalho?

     

    Bibliografia:

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