Episódio extra da série ‘Dia de Pescado’: Parasitose no pescado

Atualmente, a população tem buscado hábitos mais saudáveis, especialmente quando se trata de alimentação. Por esse motivo, a população mundial vem aumentando o consumo de alimentos na sua forma in natura, com o intuito de preservação dos seus nutrientes. Frente a esse cenário, o pescado é um alimento que cada vez ganha mais interesse pelas suas características nutricionais, principalmente por conter alto teor de proteínas, antioxidantes e ômega 3. No entanto, o seu consumo na forma crua, seja como sushi, sashimi ou ceviche, pode apresentar riscos biológicos, dentre eles os parasitas. Em pescado há descrição de inúmeros parasitas, porém poucos são reconhecidos como zoonóticos, ou seja, que causam doença no consumidor. No Brasil, há relatos de anisaquíase, fagicolose, difolobotríase e gnathostomíase em humanos, pelo consumo de tucunaré, tainha e salmão na forma crua ou malcozida, entre outros. A maioria dos parasitas causa distúrbios gastrointestinais como flatulências, diarreia, vômito e desidratação. No entanto, podem ocorrer casos mais graves, como choque anafilático causado pelos parasitas da família Anisakidae e anemia megaloblástica causada pelo Diphyllobothrium spp. Em todos os casos é recomendado que o pescado seja congelado antes de ser destinado ao consumo cru, pois é uma forma eficaz para a sua inativação. Portanto, a recomendação é consumir na forma crua, somente pescado que sofreu inspeção sanitária, a única forma de garantir que está seguro para consumo.

Referências:

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