Como a bovinocultura de corte pode ser mais eficiente na produção de carne?

O Brasil já é um grande produtor de carne bovina, mas será que estamos produzindo em capacidade máxima? 

Visto a extensão territorial que temos e a área já ocupada pela pecuária de corte, temos capacidade de produzir muito mais do que já vem sendo produzido. Através da adoção de sistemas cada vez mais intensivos e integrados evitando assim a abertura de novas áreas de pastagem (CNA, 2016). A pecuária ainda é uma atividade desenvolvida em sua maior parte de forma “extrativista”, sabe por quê?

Os bovinos extraem os nutrientes do solo através do pastejo, mas em grande parte não fazemos a reposição correta dos mesmos. Dessa forma as forrageiras deixam de produzir com todo o seu potencial, e por consequência temos a redução na disponibilidade de alimento para os bovinos. Assim, as taxas de lotação das pastagens são baixas e não produzimos em quantidade equivalente com o que temos capacidade. 

No Brasil, gramíneas e leguminosas representam a principal fonte de nutrientes essenciais para o desenvolvimento, a produtividade e a saúde dos ruminantes. Sendo assim, a produção da bovinocultura de corte depende, principalmente, da disponibilidade de forragem onde os animais se encontram sob pastejo (GOMIDE & GOMIDE, 2001). 

Como melhorar a produção de carne usando o mesmo espaço já utilizado na bovinocultura de corte?

Otimizando a utilização da área, através de manejos e técnicas adequadas. Começando pela escolha da forragem que melhor se adapte ao solo e clima da região, fazer análise de solo, com as devidas correções e adubações, manejar o pasto fazendo o rodízio dos animais de acordo com a altura do capim.

Aliás, as pastagens têm necessidade de ter nitrogênio disponível para que acumulem carbono, além de enxofre, potássio, cálcio, fosforo, magnésio e micronutrientes, sendo muito importante o fosforo e o cálcio em pastagens consorciadas com leguminosas fixadoras de nitrogênio. Para se evitar a deficiência aguda desses nutrientes se faz o monitoramento da fertilidade do solo, através de análises químicas, se abandona as práticas de queimada e observa sempre a taxa de lotação para que não ocorra um superpastejo (SANTOS et al., 2010).

No entanto, a adubação de pastagem se torna uma estratégia de manejo que é adotada em diversas situações e para atingir os mais variados objetivos dentro do sistema de produção animal sob pastejo. Essa diversidade de funções precisa ser mais aplicada para otimizar a produção nos sistemas pastoris do Brasil (Santos, 2010).

Importante ressaltar, que o ponto de partida para se obter sucesso na criação de bovinos em pastejo é a escolha da forrageira mais adequada face as condições do meio. Sendo, a adoção da taxa de lotação compatível com o que cada pastagem tem a capacidade de suportar, um fator que desempenha papel extremamente relevante no sucesso da exploração de pastagens (GOMIDE & GOMIDE, 2001).

Nesse sentido, em resposta ao manejo adequado da forragem teremos mais disponibilidade de alimento para os animais, que resultara em uma maior produção de arroba (@) por hectare (ha), ou seja, produziremos mais carne dispondo da mesma quantidade de espaço que já vem sendo utilizada. 

Depois desse primeiro fator ser executado de forma correta, podemos analisar outros como selecionar animais através de programas de melhoramento genético, proporcionando então ambiente adequado para que estes expressem sua capacidade genética. 

Sendo que o desempenho do animal que se encontra sob pastejo, representado em produção por animal, é condicionado por diversos fatores, como: consumo de forragem, valor nutritivo da forragem, eficiência na conversão do alimento consumido e a genética do animal (GOMIDE & GOMIDE, 2001). 

O que é importante para promover essas mudanças necessárias? 

Dispor de profissionais qualificados no campo, para definir o manejo mais adequado e aplicá-lo de forma assertiva, com o objetivo de otimizar a produção de carne bovina. 

Vemos que o cenário atual é de mudanças. Devido à alta dos preços dos alimentos e a crise alimentar mundial se torna importante a compreensão dos processos para nortear um desenvolvimento rural mais eficiente no uso dos recursos naturais, garantindo a segurança alimentar no campo e na cidade (SANTOS et al., 2015).

 

Referências

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