Ômega 3: é necessário suplementar?

Os ácidos graxos são compostos químicos que possuem apenas uma carboxila ligada na extremidade, podem ser classificados como saturados ou insaturados, a depender da cadeia carbônica. Comumente denominados gorduras, são encontrados em estado líquido e sólido a temperatura ambiente, sendo o mais conhecido desses o ácido graxo poli-insaturado do tipo ômega-3, que tem se popularizado por proporcionar grandes benefícios à saúde humana.

O interesse em estudar o ômega-3 surgiu quando observou-se menor incidência de doenças cardiovasculares em esquimós, característica relacionada à sua dieta. Foi relatado, então, que a saúde do coração desses povos se devia ao ômega-3 presente em grande quantidade em alguns peixes de regiões frias, principalmente salmão, atum e truta, consumidos regularmente pelos esquimós (WAITZBERG, 2007).

O ser humano necessita de ácidos graxos essenciais que seu organismo não produz, sendo fundamental a adoção de uma dieta balanceada capaz de suprir essa necessidade. A suplementação de ômega-3, em alguns casos específicos, é recomendada em diretrizes atuais, como a Associação Americana do Coração (AHA) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBS), visto que a ingestão desse nutriente somente pela alimentação é insuficiente para a maioria das pessoas (LETRO et al., 2021). Entretanto, recomenda-se que cada indivíduo procure orientações médicas para qualquer tipo de suplementação.

A recomendação diária de ingestão de ômega-3 desde o ano passado, segundo a American Heart Association, é de 3 gramas por dia, em forma de alimento ou suplemento. Doses de suplemento de óleo de peixe podem variar, mas normalmente oferecem cerca de 0,3 g por comprimido. É importante que as pessoas obtenham seus nutrientes dos alimentos, mas suplementos alimentares, como óleo de peixe, são formas de consumo dessas gorduras saudáveis a pessoas que não consomem peixe (WILLIAMSON, 2023).

Uma alimentação com níveis adequados do ácido graxo auxilia os indivíduos na prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as cardiovasculares. No entanto, estudos mostram dificuldade em atingir a quantidade necessária de ômega-3 na população apenas através da alimentação, assim, a suplementação pode contribuir (SANTOS et al., 2022).

Os benefícios do ômega-3 são em sua maioria referentes às doenças cardiovasculares, entretanto, doenças como câncer, asma, diabetes, hipertensão arterial e distúrbios neurológicos também são beneficiadas por esse nutriente (VAZ et al., 2014). 

A sociedade moderna tem acesso a uma gama de informações sobre saúde alimentar, o que tem incentivado a adoção de novos hábitos alimentares, como inserção de alimentos com alto valor nutricional, com foco em melhoria na qualidade de vida. Os ácidos graxos ômega-3 são encontrados em maior quantidade na dieta da população mediterrânea, incluindo idosos, pois estão presentes em alimentos naturais como nozes, sementes de linhaça, chia e salmão (STEFANELLO et al., 2019). 

Profissionais da saúde como nutrólogos e nutricionistas recomendam a ingestão de 2 refeições semanais contendo peixes ricos em ômega-3, o suficiente para obtenção da mesma quantidade do ácido graxo quando ingerido 1 ou 2 comprimidos de suplementação diária, como aqueles a base de óleo de peixe. Logo, pessoas habituadas ao consumo regular de peixes como salmão, sardinha, arenque, anchova, truta e atum, atingem valores necessários de ômega-3 recomendados de forma mais saudável e econômica (PINHEIRO, 2022).

O alimento mais midiático e enaltecido por possuir alto valor nutritivo e ser excelente fonte de ômega-3 é o salmão, contudo, a espécie perde a qualidade nutricional quando cultivado em cativeiro, situação comum no Brasil. Além disso, o preço alto o restringe a poucas mesas brasileiras. Assim, é possível optar por outras espécies de peixes como atum, cavala e sardinha, que oferecem boa quantidade de ômega-3 de forma mais econômica.

Os alimentos de origem animal ainda são as melhores opções dietéticas como fontes de ômega-3, trazendo benefícios à saúde e fisiologia humana (VIANA, 2022), entretanto, a fonte natural do composto é vegetal, sendo a semente de linhaça o maior destaque pela alta concentração de ácido graxo do tipo ômega-3, seguido da chia, nozes, abacate e amendoim.

Diante disso, ressalta-se a importância de se adotar uma alimentação balanceada, variada e com alto valor nutritivo, como forma preventiva de doenças coronárias e síndromes metabólicas. Sempre que possível, deve-se priorizar alimentos naturais como fonte primordial desses nutrientes, como os alimentos supracitados. Quando não, a prescrição médica de suplementação deve ser uma opção para se alcançar valores nutricionais recomendados pelas diretrizes vigentes. 

 

Referências Bibliográficas

Sair da versão mobile