Vitaminas do leite de vaca e sua importância para saúde

A alimentação é uma necessidade básica para a vida, exercendo grande influência sobre todos os indivíduos, tanto no que diz respeito à saúde como também ao desempenho das atividades diárias (Mahan et al., 2012). Os benefícios do leite são conhecidos e servem para manter uma dieta bem equilibrada em adultos, porque contém muitas vitaminas e minerais que nos mantêm ativos e saudáveis, além de ser uma fonte de nutrientes como as vitaminas A, B12 e D, cálcio, carboidrato, zinco etc.

Contém vitaminas A e B, incluindo vitamina B12 e iodo, que auxiliam na boa visão e aumento da produção de células vermelhas do sangue (hemoglobinas); carboidratos para fornecer energia; potássio que regula as funções nervosas; magnésio para os músculos; fósforo para liberação de energia e proteínas que restauram o crescimento celular, e o desenvolvimento dos ossos e da função muscular; soro e caseína, que atuam na redução da pressão arterial. Estudos demonstram os benefícios do leite e dos derivados lácteos com baixo teor de gordura e sua influência na redução do risco de diabetes tipo dois, uma doença que está afetando crianças e adolescentes (MARTINI, et al 2009)

Em média, o leite de vaca possui 87% de água e 13% de componentes sólidos, divididos entre cerca de 4% a 5% de carboidratos, 3% de proteínas, 3% a 4% de lipídios (em sua maior parte saturados), 0,8% de minerais e 0,1% de vitaminas (Haug et al., 2007). 

Além disso, o leite possui em sua composição imunoglobulinas, hormônios, fatores de crescimento, citocinas, nucleotídeos, peptídeos, poliaminas, enzimas e outros peptídeos bioativos que apresentam interessantes efeitos à saúde (Brito et al., s/d; Pereira, 2014).

Alimento indicado como fonte de cálcio, possuindo em sua composição, outros minerais como fósforo, magnésio, zinco (Gaucheron, 2011). Quanto às vitaminas, o leite possui em sua composição as vitaminas lipossolúveis como a A (D e E em menor teor), e as hidrossolúveis, destacando das vitaminas do complexo B. O leite de vaca, possui baixas concentrações de ferro e folato, sendo este um dos motivos pelo qual não se recomenda o consumo desse alimento às crianças menores de um ano de idade (Gaucheron, 2011; FAO, 2013). 

O leite de vaca oferece quantidades excessivas de proteínas e minerais, interferindo na absorção do ferro. A recomendação estabelecida é que o mesmo e seus derivados não sejam consumidos junto a outros alimentos fontes de ferro (Oliveira et al, 2005).

O leite integral possui a segunda maior concentração de vitamina B2 (Riboflavina), sendo a carne a principal fonte, essa vitamina atua como coenzima na homeostase como em doenças hematológicas como o metabolista do ferro essencial para a hematopoiese, além de processos físico-químicos do aparelho respiratório, atuando como fator de proteção contra doenças cardiovasculares, e processos tumorais (SOUSA, et al 2005). . A vitamina A, garante a saúde dos olhos e a manutenção e multiplicação células, além de agir no metabolismo da tiroxina, onde sua carência poderia contribuir com a patofisiologia de algumas doenças mentai (DECKER, et al 1977).

Não são todos os alimentos de origem láctea que possuem as fontes de vitamina B2 como o leite integral, interessante ressaltar que por ser uma vitamina lipossolúvel os leites desnatados possuem menor quantidade dessa substância quando comparada ao leite integral (Pereira, 2014).

Tabela 1 – Teor de nutrientes em um copo de leite integral (200 mL) e porcentagem de representatividade de acordo com a Dietary References Intake, para adultos.

NUTRIENTE

QUANTIDADE MÉDIA/100 mL QUANTIDADE EM UM COPO (200 Ml)

% DE ADEQUAÇÃO DRI (AI, RDA) PARA ADULTOS

Cálcio

124 mg 248 mg

24,8%

Fósforo

97 mg 194mg

27,7%

Potássio

158 mg 316mg

6,7%

Zinco

0,5 mg 1,0g

12,5%

Magnésio

12,5 mg 25mg

7%

Vitamina A

37 µg 74 µg

9%

Vitamina B2

0,18 mg 0,36mg

30%

Vitamina B12

0,49µg 0,86 µg

35,8%

Fonte: IOM, 2010 e adaptado de Gaucheron, 2011.

Crenças populares e notícias sem caráter científico influenciam na diminuição do consumo de leite por adultos, afirmando que somos os únicos mamíferos que tomam leite de outra espécie e que mantêm essa ingestão após o desmame, levando a questionamentos sobre seu consumo na idade adulta, visto que muitos consideram o consumo de leite não “natural” (Netto, 2010). A diminuição na ingestão de leite dificulta a absorção de alguns micronutrientes essenciais, limitando mais ainda com a retirada de derivados lácteos da dieta, resultando em uma nutrição deficiente. 

Dados do estudo de Weaver e Heaney (2006) avaliou a dieta de 272 mulheres no período pré-menopausa e identificou que, as que tinham baixo consumo de leite e derivados apresentaram piores escores do índice que avalia a qualidade da dieta. Determinou a este fato, a composição nutricional do leite.

Em casos que se façam necessárias substituições de leite e derivados devido a problemas alérgicos ou de intolerância a lactose, as mesmas devem ser realizadas de modo criterioso, minimizando efeitos adversos à saúde, por um profissional responsável. O Nhanes 2003-2006 acompanhou por dois anos cerca 17.000 indivíduos e avaliou o impacto da adição ou remoção de uma porção de laticínios, remoção de todos os laticínios e a substituição destes por alimentos fontes de cálcio não lácteas. 

Nhanes demonstrou a possibilidade em atingir a ingestão recomendada de cálcio sem leite e derivados na dieta, entretanto houve o comprometimento do perfil de macronutrientes (proteínas) e micronutrientes (vitamina A, vitaminas B2 e B12, potássio, fosforo e magnésio). Os alimentos não lácteos não são substitutos nutricionalmente equivalentes ao leite e seus derivados. Dessa forma, devido às quantidades envolvidas, o consumo de porções similares de cálcio adquiridos de outras fontes não lácteas não se mostrou factível (Fulgoni et al., 2011).

 

Referências Bibliográficas

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