A utilização de aditivos na nutrição animal

No cenário atual, o consumidor está se tornado cada vez mais exigente e atento no que diz respeito à qualidade dos produtos que consome. O consumo consciente de proteína de origem animal está em pleno crescimento. Estima-se que de 2018 a 2023, o consumo mundial de proteína animal, seja de carne suína, de frango ou bovina, aumente em 19,2 milhões de toneladas (JUNIOR, 2020).

Devido ao crescimento da população, é necessário que se obtenha maior volume de produção de alimentos como carne, leite, ovos e derivados para suprir o mercado de alimentos de origem animal. Para uma produção em larga escala como essa, é necessário adotar medidas tecnológicas como a utilização de aditivo nas rações, favorecendo a nutrição animal.

Os dez principais países produtores de ração no ano passado foram: China (260,739 milhões de toneladas métricas), EUA (240,403 mi/ton), Brasil (81,948 mi/ton), Índia (43,360 mi/ton), México (40,138 mi/ton), Rússia (34,147 mi/ton), Espanha (31,234 mi/ton), Vietnã (26,720 mi/ton), Argentina (25,736 mi/ton) e Alemanha (24,396 mi/ton). Juntos esses países correspondem por 64% da produção mundial de rações, sendo metade concentrada nos quatro maiores (FORBES ,2023).

Diante do avanço das pesquisas voltadas à nutrição de precisão, foram descobertas uma gama de substâncias. Estes produtos atuam positivamente sobre as características do alimento ou diretamente no desempenho animal e seu uso é permitido desde que não prejudiquem o valor nutritivo da ração. 

Vários suplementos alimentares podem contribuir para o melhor desempenho dos animais em crescimento e terminação. Os aditivos podem melhorar a conversão alimentar e/ou produção (ganho de peso/leite) e/ou sanidade. Atualmente o setor pecuário necessita e exige eficiência de sistemas produtivos para garantir uma maior competitividade e rentabilidade, para alcançar uma maior eficiência na produção de alimentos, principalmente carne e leite (MACHADO, et al 2016).

Baseado na legislação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), aditivos são definidos como: “substância, micro-organismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é utilizado normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios ou atenda às necessidades nutricionais” (BRASIL 2021). 

Os aditivos estão classificados em: zootécnicos, tecnológicos, sensoriais e nutricionais (SINDIRAÇÕES, 2020).

A categoria de aditivos nutricionais se destina às substâncias utilizadas para manter ou melhorar as propriedades nutricionais de ingredientes ou produtos utilizados na alimentação animal. Conforme a IN 44/15, esta categoria é representada por aproximadamente quatro grupos funcionais. São eles, as vitaminas, provitaminas e substâncias quimicamente definidas de efeitos similares; aminoácidos, seus sais e análogos; oligoelemento ou compostos de oligoelementos; ureia e seus derivados.

Aditivos tecnológicos destinam-se à maior quantidade de grupos funcionais, no entanto, poucos deles são utilizados na nutrição de ruminantes. São eles: adsorvente, antioxidante, regulador de acidez, conservante, estabilizante, espessante, gelificante, umectante, emulsificante, aglomerante, anti-umectante e anti-aglomerante. A maioria dos aditivos tecnológicos atua sobre o estado físico dos alimentos, possibilitando a manipulação de misturas e processamento, tais como a peletização ou a extrusão.

 Os aditivos zootécnicos equilibradores da microbiota intestinal, como por exemplo os probióticos, têm se revelado uma alternativa natural promissora e funcional nos sistemas de produção animal (YADAV et al., 2016).

A categoria de aditivos sensoriais destina-se aos grupos funcionais denominados: corante ou pigmentante, aromatizante e palatabilizante. A finalidade de uso dos aromatizantes e dos palatabilizantes é voltada a melhorar a aceitabilidade e estimular o consumo dos alimentos.

Com o movimento da Europa em 2006, que baniu o uso de antimicrobianos melhoradores de desempenho (AMD) na alimentação animal (CASTANON, 2007), uma crescente pressão social e comercial tem demandado regulamentações mais robustas, especialmente no Brasil (ABPA, 2023).

Há uma preocupação dos órgãos oficiais de saúde pública em relação ao uso de aditivos antibióticos na produção animal, principalmente pela possibilidade de resistência bacteriana aos antibióticos, causando seleção de cepas cada vez mais resistentes. Por isso, os aditivos denominados alternativos (óleos essenciais e funcionais, probióticos, prebióticos, simbióticos e entre outros) estão ganhando cada vez mais espaço nas pesquisas em nutrição, tendo como função melhorar a eficiência de utilização dos nutrientes e, ao mesmo tempo, diminuir os riscos de contaminação dos produtos de origem animal (VIANA et al, 2020).

A utilização de aditivos é uma tendência, e acredita-se que pesquisas e estudos com soluções alternativas em relação ao controle da nutrição e de manejo da produção utilizando novos e inovadores tipos de aditivos à dieta, encontrarão respostas rápidas e eficazes para um aumento da produção de alimentos.

 

Referências 

 

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