Na última terça-feira (20/06), mais de 100 pessoas participaram do 13º Fórum Portal e-food: Desafios da higienização na indústria de alimentos, evento virtual que esclarece as principais dúvidas dos profissionais de food safety. A edição, considerada um sucesso pelos organizadores, patrocinadores, palestrantes e inscritos, foi mediada pelas cofundadoras do Portal e-food, Natália Lima e Luciana Salles.
Na mesa redonda, o público ouviu especialistas no assunto compartilhando seus conhecimentos. Entre as convidadas estavam Angélica Olivier Bernardi (Doses de Micro), Camila Barreto (Baktron) e Noeli Fenske (Higex).
Por cerca de duas horas, as profissionais falaram sobre os desafios da higienização na indústria de alimentos, passando por temas como:
- Os métodos e soluções podem ser usados em fábricas de produtos secos
- Os principais fatores/condições que podem afetar a eficácia do processo de higienização
- As falhas mais comuns nos sistemas de higienização CIP
- Programa de monitoramento ambiental
- A importância da higienização no controle de alergênicos
A microbiologista Camila Barreto iniciou a primeira rodada de perguntas do Fórum abordando as definições de termos que envolvem o processo de higienização. Segundo a palestrante, que também é especialista em Pesquisa & Desenvolvimento na Baktron, por mais básico que seja, essas definições ainda confundem muitos profissionais. São elas: higienização, limpeza, sanitização e desinfecção.
Confira nesta aqui a definição de cada termo.
Em seguida, a palestrante Noeli Fenske movimentou a sessão ao falar sobre os métodos e soluções que podem ser usados em fábricas de produtos secos, cuja higienização não requer uso de água. A tecnóloga em alimentos, que atualmente realiza atendimento técnico aos distribuidores da empresa Higex na América Latina, comentou sobre um método eficaz na indústria, o “Smoke Tech”, gerando curiosidade entre os inscritos.
Trata-se de um desinfetante à base de fumaça para o controle de bactérias, fungos e vírus do ar ambiente e de locais de difícil acesso, com fácil aplicação. “É um produto com latinhas, disponível em vários tamanhos. O produto possui um lacre e tem um pavio, que acende com uma chama. Não tem perigo de explosão, ele faz uma pequena fagulha e vai ao produto ativo. A queima envia para o ambiente uma fumaça que vai desinfectar o ar e a superfície”, explicou Noeli.
A microbiologista Angélica Olivier Bernardi aprofundou ainda mais o tema ao citar os principais fatores e condições que podem afetar a eficácia do processo de higienização. Entre os aspectos que, segundo ela, merecem atenção redobrada do profissional na indústria estão: a qualidade da água, métodos escolhidos para cada caso, as características do produto e, principalmente, o design sanitário de equipamentos.
“Não podemos simplificar o processo de higienização. Para iniciar o processo de sanitização, é preciso saber quem eu estou combatendo, conhecer a flora. Também entramos no quesito de qualidade da água, verificar a pureza da água, principalmente a carga de minerais. A escolha do produto também é importante”, alertou a microbiologista, que é CEO do Doses de Micro.
A especialista reforçou que é preciso saber qual o tipo de produto escolhido e a metodologia, desde a limpeza até a aplicação. “Eu, enquanto profissional, tenho que ter conhecimento técnico para entender o que estou trabalhando, analisar a questão de design de equipamentos. E a gente sabe das dificuldades que temos com certas limitações”, completou.
A especialista Camila complementou a resposta da palestrante Angélica citando as variáveis que é preciso considerar na limpeza. São elas:
- Ação química do produto – considerar a concentração do princípio ativo forma de ação
- Ação térmica: a temperatura ideal para ser usada no processo. No caso das limpezas Clean In Place (CIP) – limpeza das superfícies internas dos equipamentos e estruturas – é possível usar temperaturas mais elevadas.
- Ação tempo do produto: Camila explica que, nesta variável, não adianta usar um produto concentrado ou diluído, mas não levar em consideração o tempo de ação dele na superfície;
Natália Lima e Luciana Salles, relatam que fica como aprendizado deste encontro, que um programa de higienização robusto e que garanta condições higiênicos-sanitárias dos locais onde alimentos são produzidos, requer o envolvimento de uma equipe multidisciplinar e que deve ser considerado minimante a qualidade dos produtos químicos, a escolha dos métodos certos, concentrações adequadas, controles de processos, informações sobre os tipos de superfícies, características dos produtos, microrganismos alvo, tipos de sujidades, quais são os resultados pretendidos e uma validação consistente.
O 13º Fórum encerrou sua edição agradecendo aos patrocinadores Master, Qualis 22 e Baktron, ao patrocinador Premium, Higex, e aos apoiadores institucionais. São eles: Associação Brasileira de Engenharia de Alimentos – Estado de São Paulo (Abea-SP), Associação Brasileira para a Proteção dos Alimentos (Abrapa), o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (sbCTA).
O próximo fórum do Portal e-food está previsto para acontecer em setembro deste ano. O tema será anunciado em breve nas redes sociais do Portal.
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