Em um caminho contrário às iniciativas de transformar a forma de consumir proteínas utilizando opções como a carne vegetal, a startup da Califórnia, nos Estados Unidos, Air Protein desenvolveu uma carne feita de ar. Inspirados em um conceito da década de 70, desenvolvido pela NASA, a iniciativa usa a tecnologia de fermentação para transformar o CO2 em uma proteína para o consumidor.
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De acordo com a startup, durante o programa espacial dos anos 1970, os cientistas da NASA exploraram uma maneira de alimentar os astronautas em longas viagens espaciais usando a transformação do carbono. Esse processo foi arquivado e esquecido naquela época, apenas para ser redescoberto pela Dra. Lisa Dyson e Dr. John Reed e aperfeiçoado pela equipe do Air Protein.
“Combinado com a tecnologia moderna de fabricação de alimentos, estamos entregando a alternativa de carne mais sustentável do planeta. Acreditamos que as mudanças climáticas e a escassez de alimentos podem ser reduzidas reimaginando a criação de alimentos. Nosso processo inovador é negativo em carbono, extremamente escalonável e pode acontecer em praticamente qualquer lugar”, explica a startup.
Processo de produção
A fermentação do ar começa com os mesmos blocos de construção de que toda a vida vegetal precisa para crescer – ar, água e energia renovável. Em seguida, elementos do ar são misturados com as culturas até que produzam proteínas. Isso acontece em questão de horas – um processo semelhante a como o iogurte, o queijo e o vinho são feitos. A proteína que as culturas produzem é colhida, purificada e, em seguida, ocorre a remoção de toda a água. O resultado é uma farinha marrom com 80% de proteína de sabor neutro e super limpa – nutritiva, versátil e pronta para ser transformada em qualquer carne.
Finalmente, em um processo muito parecido com o modo como se transforma a farinha em massa, a farinha de Proteína de Ar, os ingredientes culinários, as texturas e os sabores dão à carne do ar o mesmo sabor e textura de frango, boi, porco e frutos do mar tradicionais.
Investimento de US$ 32 milhões
Em janeiro de 2021, a iniciativa financiou US$ 32 milhões para investir na iniciativa inovadora. A ideia é usar o dinheiro para investir em um laboratório de P&D e acelerar o desenvolvimento e comercialização de seu produto.
A tecnologia exclusiva pode ser usada para produzir proteínas em fazendas verticais sustentáveis que podem ser construídas virtualmente em qualquer lugar da Terra.