Estudo inédito propõe medidas para garantir a segurança de carne cultivada

Carne cultivada no prato

Um estudo inédito feito pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) e a Universidade Pública de Campinas (Unicamp) mapeou perigos e apresentou medidas de controle para garantir a segurança da carne cultivada no Brasil. Dez cientistas modelaram um processo de produção completo e em escala piloto de um hambúrguer feito a partir do cultivo de células. O objetivo era desenvolver um Plano de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) para um produto-alvo de carne cultivada.

Os cientistas envolvidos avaliaram os perigos potenciais em todas as fases do processo, desde a escolha do animal doador até o processamento final. Segundo Amanda Leitolis, especialista sênior de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil e uma das cientistas responsáveis pelo estudo, muitos dos perigos identificados, como resíduos de drogas veterinárias e auxiliares de processamento que possam permanecer no produto final, microorganismos oriundos dos animais doadores ou de falhas de manipulação durante o processo, já são antigos conhecidos da indústria de alimentos convencionais.

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Portanto, de acordo com a pesquisa, isso indica que as ferramentas e os sistemas de gestão normalmente utilizados na indústria de alimentos também são úteis para garantir a segurança de alimentos feitos por cultivo celular. 

O estudo também apontou algumas lacunas de conhecimento que ainda precisam ser aprofundadas, como a determinação dos fatores que influenciam o prazo de validade dos produtos cultivados e as potenciais diferenças nos eventos bioquímicos que acontecem nas  células da carne cultivada após a coleta.

A partir desta pesquisa inédita, agora é possível antecipar quais são as prioridades de estudo para garantir a segurança e acelerar o desenvolvimento e comercialização de carne cultivada no Brasil e no mundo. O estudo também vai ajudar pesquisadores e outros profissionais da indústria a fazerem a gestão da segurança dos seus próprios produtos.

“Criamos uma primeira estrutura que agora poderá contribuir para que outros profissionais da indústria possam desenvolver seus próprios planos e fazerem toda a gestão de segurança. Nossa intenção é conhecer os perigos antes para que tudo seja feito de forma segura desde o início. É uma iniciativa que certamente contribui com o desenvolvimento da própria indústria como um todo”, completa Amanda.

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Avanço da carne cultivada no mundo

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