Projeto desenvolve garrafa PET reutilizável para bebidas sensíveis

Duas grandes empresas internacionais se uniram para incentivar o ciclo de reutilização dos materiais plásticos em todo o mundo. A Krones e Alpla desenvolveram um projeto de pesquisa para criar uma embalagem PET reutilizável especial para bebidas sensíveis, como sucos e lácteos. Apesar do seu grande apelo sustentável, a embalagem PET é envasada principalmente com refrigerantes carbonatados e água mineral.

Devido à referência das empresas envolvidas na pesquisa – a Alpla é líder internacional em desenvolvimento e fabricação de soluções de embalagem de plástico inovadoras; a Krones desenvolve e fabrica máquinas e linhas completas para as áreas de tecnologia de processo, envase e embalagem – a resposta da garrafa PET reutilizável foi considerada um sucesso, sobretudo em termos de segurança microbiológica para embalagens de longa vida.

As empresas acreditam que por motivos como a legislação, metas climáticas das empresas e maior consciência ambiental do consumidor, as questões relacionadas à sustentabilidade estão se tornando cada vez mais relevantes na escolha de uma embalagem.

No entanto, a adoção de embalagens PET reutilizáveis nem sempre é considerada como primeira opção pelos fabricantes de bebidas. Jörg Schwärzler, especialista em produtos reutilizáveis e gerente de projeto da Alpla, lembra que a ideia de cooperação entre as empresas visou a levar os benefícios da garrafa PET reutilizável para novos setores de produção de bebidas, além dos engarrafadores de água e refrigerantes.

“Estávamos confiantes de que, se combinássemos nossa experiência em materiais, dimensionamento de pré-formas, design de embalagem e engenharia de instalação, encontraríamos uma solução para bebidas sensíveis, como sucos e lácteos. A opção de boca de 38 milímetros tem vantagens especiais para aplicações reutilizáveis sensíveis”, destaca Schwärzler.

Krones e Alpla também se preocuparam com o processo de limpeza das embalagens, uma vez que o PET é menos resistente ao calor do que o vidro. Para tanto, as empresas tiveram de encontrar uma maneira de garantir uma elevada segurança microbiológica e muitos ciclos de limpeza, mesmo quando a temperatura de limpeza era baixa.

Para alcançar uma base de dados significativa em sua pesquisa, o centro de tecnologia de lavagem da Krones em Flensburg, na Alemanha, realizou uma série de testes nos quais a interação entre diferentes amostras de garrafas e procedimentos de limpeza foram analisadas. “Os testes nos deram uma imagem muito clara das influências térmicas, químicas e mecânicas em ação em cada caso”, conta Ines Bradshaw, responsável da Krones por desenvolvimentos. “Ficou evidenciado que a seleção adequada de parâmetros, especialmente em relação à concentração da solução alcalina, temperatura, aditivos e impacto mecânico, com uma temperatura em torno de 60°C, é suficiente para remover com segurança até mesmo proteínas secas e resíduos de gordura das garrafas.”

A comparação direta entre o PET reutilizável e o vidro reutilizável forneceu outra descoberta interessante: conforme os ciclos de limpeza progrediam, o produto de limpeza alcalino arranhou visivelmente a superfície da garrafa de vidro, mas com os recipientes PET não houve nenhuma deterioração semelhante. “Manter a qualidade da embalagem pode ser uma vantagem não desprezível, principalmente para o envase de bebidas sensíveis”, observa Bradshaw.

Atualmente, testes microbiológicos estão sendo realizados para se ter uma certeza definitiva quanto à segurança do recipiente. Os primeiros resultados já foram obtidos, confirmando o que foi observado até agora. “Do ponto de vista microbiológico, as garrafas PET submetidas a 25 ciclos de limpeza não diferiram em nada das novas”, diz, com satisfação, Bradshaw. Depois de comprovada sua viabilidade, o projeto atingiu um marco importante e está pronto para dar o próximo grande passo.

 

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