Um grupo de pesquisa da Universidade de Göttingen, na Alemanha, descobriu que a pipoca, um alimento bastante consumido em todo o mundo, tem potencial para se tornar uma embalagem sustentável, podendo substituir o poliestireno, conhecido como isopor, e o plástico.
“Esse novo processo, baseado em tecnologia desenvolvida na indústria do plástico, possibilita a produção de uma ampla gama de peças moldadas”, explica o chefe do grupo de pesquisa, professor Alireza Kharazipour. “Isso é particularmente importante quando se considera a embalagem, pois garante que os produtos sejam transportados com segurança, o que minimiza o desperdício. E tudo isso foi conseguido com um material que será até biodegradável posteriormente.” Além disso, os novos produtos de pipoca têm propriedades repelentes de água, o que abre novos caminhos para aplicações futuras.
O grupo de pesquisa Chemie und Verfahrenstechnik von Verbundwerkstoffen (química e engenharia de processo de materiais compósitos) na Faculdade de Ciências Florestais e Ecologia Florestal da Universidade de Göttingen foi o responsável pelo feito. Os pesquisadores descobriram que as formas moldadas tridimensionais podem ser produzidas a partir de pipoca “granulada”, aquelas no formato após o estouro do milho.
“A embalagem moderna deve fazer muito mais do que atender aos requisitos específicos de transporte, armazenamento e apresentação: ela também deve ser sustentável. Isso significa que o material deve ser ecologicamente correto e feito de recursos renováveis, ser robusto o suficiente para permitir a reutilização e ser fácil de reciclar no final de sua vida útil”, disseram os pesquisadores no anúncio da descoberta.
A Universidade já assinou um contrato de licença com a empresa Nordgetreide para o uso comercial do processo e produtos para o setor de embalagens. “A cada dia poluímos nosso planeta com uma quantidade cada vez maior de resíduos plásticos que serão um fardo em nosso ecossistema por milhares de anos. Nossa pipoca como embalagem é uma ótima alternativa sustentável ao poliestireno que é derivado do petróleo. A embalagem à base de plantas é feita de subprodutos não comestíveis da produção de flocos de milho e pode realmente ser compostada após o uso sem qualquer resíduo”, explicou Stefan Schult, diretor administrativo da Nordgetreide, que detém uma licença exclusiva.
Estudos sobre embalagens sustentáveis avançam pelo mundo
Em abril deste ano, o Portal e-food noticiou sobre a empresa bioquímica holandesa Avantium que está investindo em embalagem composta inteiramente por plantas. O bioplástico feito com o polímero PEF (polietileno furanoato) é 100% reciclável e se degrada na natureza bem mais rápido do que as embalagens tradicionais.
De acordo com a companhia holandesa, o polímero PEF tem potencial para substituir materiais usados em embalagens como PET, vidro ou alumínio. A expectativa é que no início de 2024 garrafas feitas com PEF apareçam nos mercados europeus.
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