A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e dona das marcas Sadia e Perdigão, assinou na última quinta-feira (4), um memorando de entendimento com a startup israelense Aleph Farms, que desenvolve carne em laboratório a partir de células animais.
De acordo com a BRF, o acordo busca o desenvolvimento e produção de carnes cultivadas usando a produção patenteada da Aleph Farms e distribuição com exclusividade no Brasil até 2024. No comunicado, a companhia explicou que essa inovação é chamada de ‘carne cultivada’, um exemplo de agricultura celular e uma nova forma de produzir proteína animal.
A novidade surgiu com o desenvolvimento da biotecnologia na produção de alimentos, trazendo benefícios para a cadeia produtiva e vantagens para o meio ambiente. A iniciativa também vai ampliar a variedade de portfólio para atender a diversos perfis de consumidores.
“A BRF terá um papel de destaque nessa revolução alimentar, a maior transformação da indústria alimentícia dessa geração. Desde 2014, temos testemunhado uma crescente demanda global por novas fontes de proteína impulsionadas por diversos fatores, como preocupações ambientais, novas dietas e estilos de vida, que impulsionam o crescimento dos estilos alimentares, incluindo as dietas flexitariana vegetarianas em todo o mundo”, ressaltou o CEO da BRF, Lorival Luz, em comunicado à imprensa.
A BRF estima que, para cada quilo de carne bovina processada, 15 mil litros de água são usados. Esse volume pode ser reduzido em até 70% usando a tecnologia israelense para a produção de carne cultivada em laboratório. “A carne cultivada é livre de quaisquer antibióticos, o que garante maior saudabilidade à proteína e menos riscos à saúde do consumidor. Também vale ressaltar que a carne cultivada provém de uma amostra celular animal 100% natural”, revelou a companhia em nota.
A carne cultivada
Toda carne é composta de células, até os menores seres vivos da natureza. A produção de carne cultivada começa com a obtenção de células de alta qualidade de animais, porém sem o abate. As células são cultivadas fora do corpo do animal com o fornecimento de nutrientes e ambiente propício para o desenvolvimento. O processo automatizado e o ambiente estéril eliminam a necessidade de antibióticos e reduz muito o risco de patógenos ou contaminantes. Fonte: Época Negócios