A guerra da Rússia contra a Ucrânia traz vários reflexos para os preços de alimentos no Brasil, principalmente para a importação de trigo. Atualmente, Rússia e Ucrânia representam, juntas, quase um terço das exportações globais de trigo: 19% do milho exportado e 80% das exportações de óleo de girassol, o terceiro óleo vegetal mais comercializado do mundo.
Mesmo o Brasil comprando pouco trigo da Rússia – no ano passado foram apenas 28 mil das cerca de 6 milhões de toneladas importadas, e nada da Ucrânia – o país será impactado de uma outra forma. O principal fornecedor externo de trigo dos brasileiros é a Argentina, que responde por metade do volume processado nos moinhos brasileiros. Diante do cenário de guerra, a escassez do trigo para outros países pode influenciar no preço do produto argentino.
“A Rússia tem o trigo mais barato do mundo e a Argentina fica de olho nesse preço. Normalmente, o país vizinho calcula o preço do seu trigo com base no produto russo e na diferença de frete da Argentina para o mercado potencialmente atendido pelos russos”, explicou Fernando Michel Wagner, gerente comercial América Latina da Biotrigo ao site Globo Rural. Mesmo que o valor não aumente, os argentinos poderão ficar sobrecarregados.
Há ainda os impactos no mercado de petróleo. Isso porque a Rússia também é a maior produtora mundial de fertilizantes, que são afetados com o aumento do petróleo. Atualmente, o Brasil compra 20% dos fertilizantes do mercado russo e com o aumento do diesel, os fretes ficam ainda mais caros.
Fontes:
Globo Rural
Agência Brasil
Associação Brasileira Indústria Trigo (Abitrigo)