Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) concluiu que as massas industrializadas são produzidas, em sua maior parte, por “alimentos de verdade”, ou seja, matérias-primas alimentícias utilizadas em fabricação caseira ou artesanal. O estudo faz parte da edição ‘Série Alimentos Industrializados 2030 – Massas Alimentícias Industrializadas’, publicada no fim de outubro de 2021, que analisou a composição nutricional de 269 produtos comercializados no Brasil.
Segundo a publicação, “apesar da mistura de outros ingredientes com finalidade tecnológica em vários produtos, com o objetivo de obtenção de melhor textura ou conservação, essa inserção de ingredientes é feita em quantidade muito inferior às matérias-primas utilizadas e é absolutamente segura”.
Com base nos resultados do estudo, o trabalho contesta os argumentos utilizados por vários profissionais para classificar, principalmente as massas instantâneas, como alimentos “ultraprocessados”. Segundo a publicação, este é “um conceito que não resiste à realidade dos itens comercializados no mercado, ao contrário, é demonstrado o valor das massas industrializadas para a gastronomia, nutrição e bem-estar da população, além de sua segurança para o consumo”.
A pesquisa analisou a composição de ingredientes e nutrientes com base nas informações contidas nos rótulos de 29 marcas/empresas diferentes, contemplando massas secas longas e curtas (espaguete, talharim, bavette, tagliatelle, fusili/parafuso, lasanha), massas secas instantâneas (lámen, yakisoba, udon, soba), massas refrigeradas sem recheio (espaguete, tonnarelli, tagliatelle, pappardelle, lasanha, nhoque), massas refrigeradas com recheio (sorrentino, capeletti, fagottini, raviolli, tortelloni, nhoque), massas para pastéis e panquecas, massas para pizza e massas para tortas salgadas.
“Os resultados são suficientes para derrubar vários mitos sobre as massas industrializadas. Os dados obtidos mostram que os produtos comercializados são nutritivos, saudáveis e seguros para consumo, compondo parte importante da dieta dos brasileiros”, afirmou Luis Madi, coordenador do projeto Alimentos Industrializados 2030, ao Ital.
No trabalho, foram tabulados todos os ingredientes, discriminados na rotulagem, para analisar a frequência de utilização nos produtos. Esses ingredientes, classificados como matérias-primas, aditivos e conservantes, são descritos conforme o motivo de uso e a legislação que regulamenta a utilização.
“A grande diversidade de produtos existentes no mercado impede que sejam feitas generalizações sobre seus conteúdos nutricionais, uma vez que existem opções com teores reduzidos de calorias, gorduras saturadas e sódio. Esclarecemos no estudo os motivos para uso de aditivos em determinados produtos, bem como a legislação brasileira que aprova o uso de forma absolutamente segura”, explicou o coordenador do projeto.
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