Uma revisão recente nos padrões adotados pela Global Food Safety Initiative (GFSI) está impulsionando a indústria alimentícia para uma verdadeira revolução tecnológica. A avaliação abrangente de equipamentos e a análise de riscos sob o ponto de vista do projeto sanitário, tornou-se um requisito para a certificação de empresas.
Isso tem preocupado gestores das áreas de Engenharia e Manutenção, pois ao abordar a aplicação dos princípios de Design Higiênico em equipamentos e instalações fabris, profissionais muitas vezes presumem erroneamente que isso resultará em custos mais elevados, consumindo recursos valiosos e tornando projetos caros ou inviáveis. No entanto, uma análise mais aprofundada revela uma perspectiva oposta.
O Design Higiênico, longe de ser oneroso, é uma estratégia inteligente que visa não apenas a conformidade com certificações internacionais e a garantia da segurança dos alimentos, mas também a eficiência operacional, o que inevitavelmente leva à redução de custos.
Para entender completamente o impacto financeiro, é crucial explorar o conceito fundamental do Custo Total de Propriedade (TCO), indo além do preço inicial e abrangendo os custos de longo prazo associados à operação, manutenção, tempo de máquina parada, treinamento e despesas ocultas ao longo do tempo, como retrabalhos, recolhimentos e recalls.
Sabrina Ferretti, especialista em Segurança dos Alimentos na Commercial Food Sanitation (CFS), ressalta que o investimento inicial de um novo equipamento ou uma nova instalação ocorre uma vez, enquanto os custos operacionais persistem por décadas. “Uma escolha equivocada hoje, resulta em ineficiência operacional duradoura e persistente no futuro, tornando uma fábrica financeiramente ineficiente ou inviável”.
Quatro vantagens do design higiênico
01- Menos Tempo de Higienização, Mais Tempo de Produção: equipamentos higiênicos reduzem significativamente o tempo de higienização, maximizando a disponibilidade produtiva do equipamento. Sabrina Ferretti destaca que a receita da empresa depende diretamente do tempo produtivo. “Projetos higiênicos atuam nesse ponto crítico, reduzindo o tempo de limpeza e maximizando o tempo de máquina disponível”, diz.
02- Reduz a complexidade de treinamentos: equipamentos higiênicos simplificam operações e limpeza, reduzindo a necessidade de mão-de-obra, treinamento extensivo e o risco de falhas operacionais.
03- Limpeza mais eficaz e redução de riscos: projeto higiênicos, priorizam a simplicidade, eliminam pontos de difícil acesso e reduzem riscos de formação de biofilmes e contaminação cruzada. Sabrina ainda ressalta que “a simplicidade na limpeza e inspeção aprimora a eficácia da higienização, diminuindo possibilidades de falhas, contaminações e insatisfação dos consumidores, preservando a reputação da empresa”.
04- Limpeza Periódica do Equipamento (LPE) simplificada: O design higiênico reduz a necessidade de desmontagem de um equipamento para limpeza ou reduz a complexidade desta tarefa. A desmontagem de equipamentos mal projetados requer tempo e mão de obra, muitas vezes, especializada, e quando não é feita rotineiramente e de forma simples, precisa ser feita em uma parada planejada de linha, o que inevitavelmente aumentará o tempo de inatividade de um equipamento e a necessidade de gestão.
“A Limpeza Periódica de Equipamentos é inevitável na maior parte das vezes, mas ela também pode ser simplificada, demandar menor tempo e levar a riscos menores. Por isso, reduzir sua necessidade é um ponto crucial para indústrias de alimentos que buscam alavancar seus resultados”, diz Ferretti.
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O primeiro passo é a formação de um time capacitado
Para integrar o Custo Total de Propriedade e os Princípios de Design Higiênico, a formação da equipe multidisciplinar treinada em design higiênico é fundamental. Sabrina cita o Treinamento em Design Higiênico oferecido pela CFS como uma das opções mais completas do mercado, indo além da teoria.
“Participar deste treinamento proporciona não só conhecimentos teóricos, mas envolve em atividades práticas, promovendo uma compreensão profunda e a aplicação efetiva dos princípios de Design Higiênico. Um time treinado enriquece as discussões sobre projetos novos e retrofits, contribuindo para uma cultura organizacional centrada na excelência e inovação. Com a CFS, a formação em Design Higiênico não é apenas informativa, mas transformadora, sendo determinante para desbloquear o verdadeiro potencial dos equipamentos e instalações na busca pela excelência operacional”.
Em 2024, serão oferecidas 6 turmas em português e 1 turma em espanhol, no Brasil. Saiba mais sobre o treinamento.