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Entenda como a Aliança Global no G20 pode combater a insegurança alimentar

Agência Brasil/Divulgação

A cidade do Rio de Janeiro foi sede do encontro de líderes mundiais, o G20, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024. A reunião deixou um importante legado para o mundo, principalmente em relação ao combate à insegurança alimentar.

Entre os legados está o lançamento oficial da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A união visa acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2.

Para se ter dimensão do cenário da fome no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), estima-se que entre 713 e 757 milhões de pessoas podem ter passado fome em 2023 – 1 em cada 11 pessoas no mundo, e 1 em cada 5 na África.

Mas na prática, como a aliança vai ajudar a erradicar a fome no mundo?

Em entrevista coletiva à imprensa, durante primeiro dia do G20, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, detalhou como funcionará a aliança, que já conta com a adesão de 82 países, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 34 organizações filantrópicas e não governamentais.

Segundo o ministro, serão instaladas bases da aliança em algumas cidades estratégicas no mundo. A intenção é que haja uma espécie de escritório na capital dos Estados Unidos, Washington; na capital da Itália, Roma; na capital da Etiópia, Adis Abeba; e em Brasília. Possivelmente também haverá uma base na capital da Tailândia, Bangkok, para garantir a presença da aliança também na Ásia.  

Os países que aderiram à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza irão elaborar um plano para a erradicação da insegurança alimentar e redução da pobreza em seus territórios. Para elaborar esse plano, os países contarão com um arcabouço de medidas que já foram testadas e que comprovadamente funcionam, como a transferência de renda, a alimentação escolar, a qualificação para o emprego, entre outras.  

“Em cada plano vamos ter o detalhamento de quais países precisam de ajuda e de apoio e do que precisam. A partir daí, haverá essa coordenação internacional, com organismos internacionais, com países que se colocam abertos a colaborar. Teremos o apoio específico para cada país”, explicou o ministro Dias.

O objetivo inicial da aliança, de acordo com o ministro, é alcançar, até 2030, 500 milhões de pessoas, com transferência de renda; 150 milhões de crianças, com alimentação escolar; 200 milhões de mulheres e crianças de até 6 anos, com saúde e acompanhamento da gestação e primeira infância; além de 100 milhões de pessoas, com emprego e empreendedorismo.

Seis pilares da Aliança contra a Fome e Pobreza

  • Alimentação escolar
  • Transferências de renda
  • Programas de apoio a pequenos agricultores e agricultura familiar
  • Programas de inclusão socioeconômica
  • Intervenções integradas de saúde materna e na primeira infância
  • Soluções para acesso à água

FAO comenta aliança global

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), QU Dongyu, presente no G20, falou comentou sobre a aliança e estimulou que demais membros se juntem ao grupo formalizado no Brasil. “Alcançar a fome zero é possível. Isso exige esforços coletivos ainda mais fortes e estratégias para enfrentar os desafios econômicos, ambientais, sociais e institucionais que perpetuam a pobreza e a fome”, disse Qu Dongyu.

Qu também destacou que a FAO sediará o Mecanismo de Apoio da Aliança Global na sede da Organização em Roma, em estreita colaboração com outras agências da ONU e instituições financeiras internacionais. Esse mecanismo busca otimizar os três pilares – conhecimento, financiamento e ação – no nível nacional.

Conforme detalhado pelo diretor da FAO, a instituição fornecerá assistência técnica aos países implementadores, colocando à disposição seu conhecimento sobre segurança alimentar e desenvolvimento rural inclusivo, com o objetivo de levar expertise e exemplos de boas práticas às regiões mais necessitadas.

Fonte: Agência Brasil, Agência Governo Brasileiro e FAO.

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