Com o objetivo de levar a pesquisa científica ao alcance das crianças em fase escolar, o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), ao lado de outros órgãos, publicou uma cartilha sobre a importância da preservação dos ambientes marinhos visando o desenvolvimento de habilidades como o combate à poluição marinha e a identificação da pesca ilegal. A cartilha Turma da Risca foi lançada no último dia 27 de julho pela Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, e marcou o início da Década do Oceano no estado.
A publicação é fruto da colaboração entre o LABOMAR, da Universidade Federal do Ceará, o Programa Cientista-Chefe Meio Ambiente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), o projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Ceará.
Com ilustrações de Nathália Garcia de Sousa, Turma da Risca apresenta sete mascotes como personagens que contam suas vidas e os problemas no recife em que vivem. São eles: BU (água-viva), Jão (tubarão-lixa), Joca (polvo), Juba (peixe-anjo), Loca (lagosta), Mabel (arraia-manteiga) e Tuga (tartaruga).
A cartilha foi elaborada com base no Parque Marinho Pedra da Risca do Meio, localizado a cerca de uma hora de barco de Fortaleza. A área, reconhecida como importante para o turismo de mergulho e para a pesca artesanal, é uma das poucas protegidas do litoral do Nordeste.
Saiba mais sobre a Década do Oceano
No final de 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que de 2021 a 2030 seria realizada a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Década do Oceano.
A iniciativa tem como objetivo conscientizar a população global sobre a importância dos oceanos e mobilizar atores públicos, privados e da sociedade civil organizada em ações que favoreçam a saúde e a sustentabilidade dos mares. A ação está relacionada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, previsto na Agenda 2030, acordo internacional firmado pelos estados-membros da ONU.
Segundo o professor Ronaldo Christofoletti, membro do Comitê Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a escola tem um papel fundamental na promoção da cultura oceânica e na formação de valores que acompanham o aluno por toda a vida. Em entrevista para o site MultiRio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, o professor explicou a importância da relação.
“Crianças se interessam por organismos como a tartaruga e baleia. Gostam de molhar o pezinho no mar e perceber o movimento das marés, reconhecer a água, explorar sem medo. É possível mostrar que, apesar de não habitarmos no oceano, ele faz parte da nossa vida. E para a criança isso vai sendo natural, há uma questão afetiva, uma curiosidade que pode ser explorada”, diz. De acordo com Christofoletti, a ideia é entender que o oceano não deve ser tratado apenas nas aulas de Ciências, mas também como um tema transversal, pensando no oceano em diferentes disciplinas como matemática, usando cálculos relacionados a biodiversidade; em Educação Física, falando sobre exercícios aquáticos; em História e Geografia, abordando a economia do mundo que passa por oceanos, portos, navios, com importações e exportações.
A cartilha Turma da Risca pode ser baixada gratuitamente no site da SEMA.