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Cenário de proteínas alternativas no Brasil: de atrasado à potência mundial

Especialistas divulgam dados atualizados sobre o mercado de plant based no país e explicam quem são os consumidores desses produtos

Seja por saúde, respeito aos animais ou preocupações ambientais, a demanda por produtos veganos está passando por um crescimento significativo e sem precedentes no Brasil. No primeiro dia do Fórum Internacional de Tecnologia e Produtos Plant Based, realizado no dia 01 de setembro, em São Paulo, especialistas da área apresentaram dados atualizados que mostram como o país em 2022 foi de atrasado à potência mundial na produção de proteínas alternativas.

Na palestra da Raquel Caselli, diretora de engajamento corporativo do The Good Food Institute (GFI), a profissional trouxe uma visão importante para a indústria e para o público consumidor. De acordo com uma pesquisa realizada pelo GFI, 89% dos consumidores de plant based não se consideram veganos ou vegetarianos.

“Os consumidores estão preocupados com questões de saúde e reduzir principalmente o consumo de carne. Não é que eles não gostam mais de carne, pelo contrário, gostam ainda mais, mas querem um produto sem colesterol ou que tenham outras questões que afetam a saúde. Obviamente que esse mesmo produto atende aos vegetarianos e veganos”, explica Raquel.

No entanto, esta visão de consumo surgiu de modo atrasado no Brasil, segundo a própria instituição. O primeiro análogo de carne moderno, lançado com novas tecnologias, chegou ao Brasil em maio de 2019. Nos Estados Unidos esse mercado começou em 2008, mais de 10 anos antes. Porém, em três anos o Brasil construiu um dos maiores portfólios de produtos em todo o mundo. Atualmente o país se tornou exportador desse tipo de alimento, vendendo carnes à base de plantas para mais de 30 países, de acordo com a pesquisa apresentada pela diretora de engajamento corporativo do GFI. Além disso, a qualidade dos produtos vendidos tem se tornado referência global.

“A meu ver, o ritmo de desenvolvimento desse setor é alucinante! Nossa vocação para o setor agroindustrial fez com o que Brasil crescesse num ritmo nunca visto antes e se tornasse uma potência dessa área”, destaca Gustavo Guadagnini, managing director do GFI em entrevista ao site da instituição. Ele também acredita que o país vai se tornar um líder global nessa área em breve.

Certificação de produtos plant based

Alexandre Harkaly, diretor da QUIMA/IBD, ressaltou a importância da certificação para os produtos plant based no Brasil durante a sua palestra no Fórum Internacional de Tecnologia e Produtos Plant Based. O especialista frisou as três principais garantias do processo de certificação para estes produtos:

  • Rastreabilidade
  • Transparência
  • Confiabilidade

“Além de assegurar a confiabilidade de que alimentos vendidos como veganos realmente não contêm traços animais em suas produções, o selo garante que nenhum animal foi sacrificado durante o processo de produção daquele produto. A certificação é um caminho para assegurar que o produto atenda a seleção adequada de matérias primas, clareza e confiabilidade nas informações prestadas, rotulagem confiável e comunicação adequada”, explicou Alexandre.

Mapa do setor de Proteínas alternativas

Para quem tem curiosidade, o GFI disponibilizou um Mapa do setor de Proteínas Alternativas, onde lista dezenas de marcas atuantes aqui no nosso país com substitutos de carnes, ovos, leites, derivados e ingredientes para esse setor.

Acesse aqui.

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