A cagaita, fruta nativa brasileira presente no Cerrado, na região centro-oeste do Brasil, pode ser um caminho para o tratamento e prevenção da diabetes. É isso que aponta um estudo recente realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e a Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo. A pesquisa analisou que o suco de cagaita tem potencial de reduzir a glicemia pós-prandial – aumento do nível de glicose no sangue que ocorre até duas horas após as refeições – em 64% em indivíduos saudáveis e 53% em indivíduos pré-diabéticos.
O estudo fez testes clínicos com outras frutas nativas como a jabuticaba, o cupuaçu e o camu-camu. Após a análise, os pesquisadores obtiveram os seguintes resultados na redução de glicemia: cagaita (64%), cambuci (36%); camu-camu (31%); jabuticaba (24%), cupuaçu (20%) e maracujá-alho (11%).
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Etapas da pesquisa
Na primeira etapa, 23 indivíduos saudáveis foram selecionados para consumir sete testes de refeição, com intervalo de uma semana entre eles, consistindo em 50 g de pão branco e 300 ml do suco de uma das seis frutas nativas estudadas, que tiveram os resultados citados acima.
Como o suco de cagaita obteve o melhor desempenho, ele seguiu para a segunda etapa do estudo. Nesta fase, o número de analisados diminuiu para 12 indivíduos pré-diabéticos, obesos e portadores de síndrome metabólica (glicemia alterada, hipertensão e colesterol elevado).
A nutricionista Renata Luise de Araújo, autora do estudo e mestre e doutora em Ciência dos Alimentos, explicou que há uma nova fase em andamento para analisar os efeitos do suco em indivíduos diabéticos.
Saiba mais sobre a cagaita
A cagaita é uma fruta nativa brasileira, presente em todo o bioma Cerrado, na região centro-oeste do Brasil. Sua árvore é de porte médio, de três a quatro metros de altura, com ramos tortuosos, tem tronco enrugado e folhas que lembram as da goiabeira. A árvore floresce de agosto a setembro e frutifica de setembro a outubro. A fruta é globosa e achatada, de dois a três centímetros de diâmetro, de coloração amarelo-pálida, com uma a três sementes brancas envoltas em polpa de coloração creme, de sabor acidulado. Leia mais no site Slow Food Brasil.