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Embrapa desenvolve cinco cultivares de pitaya mais resistentes a doenças

Pesquisadores responsáveis pelo estudo afirmam que cultivares chegam ao mercado para uniformizar e organizar a produção desse fruto

Cientistas da Embrapa Cerrados (Distrito Federal) desenvolveram as primeiras cultivares de pitaya registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). São cinco cultivares geneticamente superiores: BRS Lua do Cerrado; BRS Luz do Cerrado; BRS Granada do Cerrado; BRS Minipitaya do Cerrado e BRS Âmbar do Cerrado. 

As variedades da planta chegam ao mercado para uniformizar e organizar a produção desse fruto que a cada dia conquista produtores e consumidores pelo país. Os novos materiais foram lançados em maio, no AgroBrasília 2023.

De acordo com os pesquisadores, as cultivares de pitaya são resistentes a doenças e apresentaram bom desempenho nos pomares, mesmo sem a aplicação de químicos. Essa característica as torna aptas para o cultivo orgânico, além de gerar menor impacto ambiental e financeiro na produção. Os frutos são bem doces, de polpa firme e as plantas apresentam manejo simples, boa produtividade e baixo custo de produção.

O pesquisador Fábio Faleiro, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, enfatiza que a autocompatibilidade, ou seja, a capacidade de a planta produzir frutos sem a necessidade da polinização cruzada, foi um ponto importante da pesquisa. “Todas as cinco cultivares que estão sendo lançadas possuem essa característica. Isso representa um aspecto muito positivo no manejo da cultura. É um ganho de tempo e de qualidade de vida para os produtores, que não precisam mais acordar de madrugada para fazer a polinização manual”, ressalta.

As linhas de pesquisa com pitaya seguiram durante esses últimos anos em duas frentes. A primeira relacionada ao desenvolvimento de variedades geneticamente superiores, ou seja, mais produtivas, mais resistentes a pragas e doenças, teor de açúcar que atenda ao gosto do consumidor, além da autocompatibilidade. Já a segunda frente desenvolveu o sistema de produção, cujos resultados geraram um conjunto de recomendações relacionadas a produção de mudas, plantio, podas de formação e produção, sistemas de tutoramento das plantas, adubações de plantio e de cobertura, além da irrigação, colheita e processamento dos frutos.

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As novas cultivares também estão sendo validadas na fazenda Toca da Pitaya, em Manaus (AM). A Embrapa está avaliando no local a capacidade produtiva, manejo nutricional e fitossanitário e a determinação de coeficientes técnicos dos novos materiais. De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) Marcos Garcia a pitaya tem a vantagem de ser uma planta rústica e muito bem adaptada ao Amazonas. Outro ponto favorável da cultura, segundo o especialista, é que o cultivo da pitaya é uma atividade que não exige grandes áreas.

“O cultivo da pitaya pode contribuir com a sustentabilidade no Amazonas, por ser uma planta semiperene e ter um tempo de vida longo. Isso permite que se plante em sistema adensado e em pequenas propriedades de agricultores familiares”, explica Garcia.

De acordo com Faleiro, as experiências de sucesso desses produtores permitem a recomendação das cultivares para outros produtores dessas regiões, o que representa maior segurança no investimento nos pomares. “Com base nos trabalhos de validação, podemos dizer que é possível o cultivo das pitayas do Rio Grande do Sul até Roraima, sempre utilizando as cultivares recomendadas e o adequado sistema de manejo do pomar”, ressalta.

Saiba mais sobre a pesquisa.

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