Prevenção de surtos alimentares: o papel dos laboratórios na análise de água

Especialista Rosecler Bilibio explica que os laboratórios dispõem de tecnologias avançadas que aumentam a eficiência e a precisão das análises de qualidade da água

A prevenção de surtos alimentares está diretamente ligada ao monitoramento da qualidade da água usada na cadeia produtiva de alimentos. De acordo com o Ministério da Saúde, as Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) são causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados, podendo ser provocadas por mais de 250 tipos de agentes etiológicos, incluindo bactérias, vírus e parasitas. 

Para mitigar esses riscos, laboratórios especializados realizam análises microbiológicas e físico-químicas da água, identificando a presença de patógenos e substâncias nocivas. Isso permite a detecção precoce de contaminantes, possibilitando a implementação de medidas corretivas antes que a água seja utilizada no processamento de alimentos. 

Em entrevista ao Portal e-food, a experiente bióloga Rosecler Bilibio, fundadora do Laboratório Inteligente Biocler, explica que atualmente os laboratórios dispõem de tecnologias avançadas que aumentam a eficiência e a precisão das análises de qualidade da água. “Entre as principais práticas e tecnologias, os métodos analíticos devem estar em conformidade com as normas nacionais ou internacionais mais recentes”, diz a especialista, que cita pelo menos quatro regulamentos em vigência:

  1. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, das instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF).
  2. Diretrizes da United States Environmental Protection Agency (USEPA).
  3. Normas publicadas pela International Standardization Organization (ISO).
  4. Metodologias propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A bióloga reforça que as análises laboratoriais para controle da qualidade da água devem ser realizadas em laboratórios próprios, conveniados ou contratados. Rosecler faz também um alerta: “Como a própria norma diz, o laboratório tem que garantir que está de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as diretrizes da NBR ISO/IEC 17025, que é para laboratórios de ensaio. Essa norma o Biocler possui, inclusive”, diz.

Desafios na identificação de contaminantes na água

Com base na sua experiência de longos anos atuando no setor, a fundadora do Laboratório Inteligente Biocler cita alguns desafios que os laboratórios enfrentam ao identificar contaminantes na água, os quais podem influenciar diretamente na eficácia das medidas preventivas adotadas.

Entre os principais desafios, Rosecler destaca quatro itens. Confira a abaixo:

  1. Complexidade da matriz da água: antes de iniciar as análises, é essencial considerar o tipo de matriz da água — como água bruta, tratada, de poço, nascente ou desmineralizada. A identificação da matriz é fundamental para determinar quais microrganismos devem ser analisados, garantindo maior precisão nas decisões.
  2. Compreensão do caminho e uso da água: é crucial mapear o percurso da água, desde a entrada até o reservatório, analisando cada ponto crítico ao longo do processo. Além disso, é necessário entender a aplicação final da água — se será utilizada para a elaboração de alimentos in natura, processados ou submetidos a altas temperaturas. Esse conhecimento permite a inclusão de análises específicas para microrganismos deteriorantes, patogênicos e aqueles que possam causar surtos, contribuindo para uma abordagem preventiva na segurança alimentar.
  3. Tempo de resposta em situações críticas: métodos microbiológicos tradicionais, como o cultivo, podem levar dias para fornecer resultados. Esse tempo de resposta prolongado pode atrasar ações corretivas em situações de risco iminente, comprometendo a segurança do processo produtivo.
  4. Adaptação a novos contaminantes emergentes: o surgimento de novos patógenos e a resistência antimicrobiana representam desafios contínuos para os laboratórios, que precisam atualizar frequentemente suas metodologias e equipamentos para acompanhar essas mudanças.

“O monitoramento contínuo através de ensaios específicos para diferentes matrizes pode melhorar significativamente a precisão e a agilidade da tomada de decisão. Assim, promovemos a segurança da água utilizada na produção de alimentos e contribuímos para a prevenção de surtos alimentares”, conclui a especialista.

O Laboratório Biocler oferece programas inteligentes para ajudar no processo de segurança de alimentos e na verificação de higienização e sanitização na indústria de alimentos. É um laboratório reconhecido e auditado, aprovado em acreditações e certificações como CGCRE/Inmetro, REBLAS e ILAC.

O Biocler possui os seguintes programas inteligentes: 

  • Safe Clean – análise de superfície
  • Safe Water – análise de água
  • Safe food – análise de alimentos 
  • SmartLab – autoteste e testes rápidos para aplicar diariamente dentro do processo. 

Faça uma consulta com um especialista do Biocler.

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