Pesquisadores da American Chemical Society, uma das maiores organizações científicas do mundo, otimizaram a caneta MasSpec (MasSpec Pen) portátil, equipamento bastante usado na medicina para detectar a presença de células cancerígenas, para identificar fraudes em carnes e peixes. Com a nova adaptação, a caneta consegue identificar tipos comuns de carne e peixe em até 15 segundos, segundo o relatório da pesquisa.
O estudo
Os pesquisadores usaram a MasSpec Pen para examinar a composição molecular de carne bovina, frango, porco, carneiro, cervo e cinco espécies comuns de peixes alimentados com grãos e pastos. Assim que a ponta do dispositivo foi pressionada contra uma amostra, uma gota de 20 µL de solvente foi liberada, extraindo quantidades suficientes de moléculas em três segundos para uma análise precisa por espectrometria de massa.
Todo o processo demorou 15 segundos, não exigiu pré-processamento e a extração do líquido não prejudicou as superfícies das amostras. Em seguida, a equipe desenvolveu modelos de autenticação usando os padrões únicos das moléculas identificadas, incluindo carnosina, anserina, ácido succínico, xantina e taurina, para distinguir os tipos de carne pura entre si, carne bovina com base no hábito alimentar e entre as cinco espécies de peixes.
Por fim, os pesquisadores aplicaram seus modelos à análise de conjuntos de teste de carnes e peixes. Para essas amostras, todos os modelos tiveram uma precisão de 100% na identificação da fonte de proteína, o que é tão bom quanto o método atual de PCR e cerca de 720 vezes mais rápido.
Os pesquisadores afirmam no relatório da pesquisa que planejam expandir o método para outros produtos de carne e integrar a MasSpec Pen em um espectrômetro de massa portátil para autenticação de carne no local.
Veja o relatório sobre o estudo neste link.
No primeiro episódio da série Dia de Pescado, o Portal e-food, em parceria com o André Medeiros, publicou um artigo sobre a fraude na cadeia produtiva do pescado. Por ter uma grande quantidade e diversidade de espécies, a ocorrência de adulterações econômicas é bastante observada na cadeia produtiva.
A prática gera impactos ambientais negativos e eventuais danos à saúde do consumidor, além de enganar o mesmo, uma vez que a proposta do ato, geralmente, é o lucro econômico, principalmente pela substituição de espécies, com a comercialização de produto de valor inferior de mercado, além de atribuir qualidades e requisitos que não possui.
