Codex Alimentarius aprova novos usos para páprica e urucum

A ampliação dos usos de corantes naturais à base desses ingredientes abre novas possibilidades para a indústria de alimentos. Entenda

O Codex Alimentarius aprovou novos usos para os corantes naturais à base de páprica e urucum, ampliando as possibilidades de aplicação desses aditivos na indústria de alimentos. 

Com as mudanças, corantes derivados de páprica podem ser utilizados em produtos como wafers, massas folhadas e outros produtos, incluindo itens finos, da indústria da panificação. Já o urucum passa a ser permitido em biscoitos, bolos de cenoura ou abóbora e sopas à base desses mesmos ingredientes. Adicionalmente, bixina e norbixina, ambos extraídos do urucum, foram liberados para entrar na farinha para empanar produtos e em outros itens como tortilhas, nachos e chips, entre outros snacks, além de molhos e maioneses condimentadas.

As atualizações foram formalizadas durante a 47ª Sessão da Comissão do Codex Alimentarius (CAC47), realizada em novembro de 2024. O relatório foi disponibilizado em dezembro do mesmo ano.

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A Comissão do Codex Alimentarius foi estabelecida em 1963 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, da sigla em inglês) e Organização Mundial da Saúde. É responsável por emitir padrões reconhecidos internacionalmente, códigos de conduta e outras recomendações referentes a alimentos e sua produção, bem como questões de segurança dos alimentos.

O que dizem os especialistas

Ieda Rodrigues, especialista regulatória da Oterra, considerou as alterações na regulamentação do Codex Alimentarius favoráveis para Brasil e América Latina. “No caso do Brasil, as aprovações de sua comissão simplificam a rota de aprovação adotada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse movimento também abre possibilidades para exportações na região, pois Peru, Bolívia e Equador seguem as diretrizes do Codex Alimentarius em sua totalidade. Já outros países da América Central e México usam seus padrões como segunda referência, ou seja, se o aditivo não passou por aprovação localmente, mas tem respaldo da organização, seu uso é permitido”, explica a especialista.

Para Stella Munhoz, gerente global de Marketing da Oterra, as regulações recentes representam um importante ganho para todo o setor. “As aprovações para o uso da páprica como corante para produtos de panificação e a liberação de novas aplicações para o urucum permitem a indústria inovar com com pigmentos naturais em combinações entre massas e recheios em biscoitos, seja na produção de edições especiais ou em linhas de produtos tradicionais”, completa.

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