Portal colaborativo para profissionais, empresas, estudantes e professores da área de Segurança de Alimentos.

Destaques no 14º Fórum: Sustentabilidade e Segurança de Alimentos

Especialistas, entre eles representantes de normas internacionais, falaram sobre quais estratégias podem ser adotadas para redução de perdas e desperdícios na indústria de alimentos, envolvendo P&D, Controle e Garantia da Qualidade, SGSA etc.

O Portal e-food promoveu, na última quinta-feira (28/09), um importante debate virtual sobre a sustentabilidade e a segurança dos alimentos dentro das indústrias. O “14º Fórum: Sustentabilidade e Segurança de Alimentos: como atender às normas internacionais?” encerrou com chave de ouro a sequência de Fóruns realizados pelo Portal e-food em 2023.

O evento, conduzido pelas cofundadoras do Portal e-food, Natália Lima e Luciana Salles, reuniu dezenas de profissionais da área de Food Safety e colocou em questão assuntos como a relação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 com os alimentos; as estratégias adotadas pelas empresas para redução de perdas e desperdícios na indústria de alimentos; certificações e muito mais.

Para responder às dúvidas, o 14º Fórum recebeu os especialistas Palova Marques, representante da norma internacional Código SQF de segurança de alimentos no Brasil e LATAM; Meires Aparecida Vecchio Bertasso, supervisora de Gestão da Qualidade da Copacol e Adrian Casillas, representante da FSSC na América Latina.

A roda de conversa começou tratando de um assunto importante: os números alarmantes do desperdício de alimentos. Segundo a ONU, 30% da produção global de alimentos é desperdiçada ou perdida anualmente, o que equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas. 

De acordo com Adrian Casillas, há alguns fatores relacionados diretamente ao desperdício dos alimentos na indústria, como por exemplo a contaminação ambiental, o uso da água de forma indevida e a produção em si. “Se estamos desperdiçando, temos que reconhecer isso. Somos uma indústria de transformação”, diz Casillas.

Leia também:

Palova Marques também pontua sobre os elementos causadores. “Quando se fala do desperdício de alimentos, a gente tem que falar desde a origem primária, que é a criação de animais, até a etapa de produção. Nesta fase a gente consome uma série de recursos naturais, que por muitas vezes usamos de forma incorreta”, analisa. A representante da norma internacional Código SQF cita como primordial o uso de químicos corretos (fertilizantes, por exemplo), o cuidado com o solo e com a água. 

Meires Vecchio complementa: “é possível produzir alimentos seguros e estar preocupado com o ambiente. Trata-se de não retirar da natureza aquilo que a gente não precisa”. 

As normas internacionais têm se atentado com mais rigor para questões de sustentabilidade. Por isso, por mais tempo e esforço investidos em práticas sustentáveis, as empresas precisam se manter atualizadas sobre o assunto. Para isso, Meires cita a importância de se ter uma parceria dentro da indústria entre pesquisa, desenvolvimento, qualidade e produção.

“São áreas que precisam conversar o tempo todo. É preciso entender quais características eu posso liberar desse produto, até onde eu posso chegar e onde eu não posso, para não interferir no padrão de qualidade e para não colocar em risco a saúde do consumidor. Se não tiver essa parceria, na maior parte das vezes, não funciona”, analisa. 

A parceria comercial também se tornou peça fundamental para dar continuidade na luta contra o desperdício de alimentos. A supervisora da Gestão de Qualidade da Copacol, Meires, cita uma situação recorrente na cadeira de frios. “Orientamos os vendedores e promotores sobre como manter e manipular o alimento. Às vezes a indústria faz todo o trabalho de parcerias entre os setores internos e no supermercado, por uma questão de desligar um freezer, o produto é jogado fora”, explica. 

Ainda no debate sobre quais as estratégias que podem ser adotadas para redução de perdas e desperdícios na indústria de alimentos, Palova cita a evolução das embalagens. “A embalagem ajuda a prolongar e ser uma barreira a mais para o alimento. Há uma série de recursos e tecnologias que para nós são super importantes”, diz. 

Ausência de requisitos obrigatórios

Adrian e Palova, ambos representantes de normas internacionais, dizem que a GFSI ainda não determinou um requisito obrigatório sobre a perda e desperdício de alimentos no mundo, mas sim documentos, informações e comunicados, em caráter de benchmarking. 

“Estamos na expectativa de uma nova publicação do GFSI, que deve acontecer em 2024, para ver qual será a nova diretriz a ser seguida, e para que a indústria possa incluir isso dentro dos códigos como um pré-requisito auditável”, disse Palova.

Fique informado

Em 2022, a Anvisa disponibilizou um guia para Doação de Alimentos com Segurança Sanitária para ser consultado livremente. No material, que pode ser acessado no botão abaixo, especialistas da Anvisa apresentam recomendações práticas para auxiliar os doadores, os intermediários, os voluntários e os beneficiários no processo de doação de alimentos com segurança sanitária.

O documento foi elaborado considerando o disposto na Lei nº 14.016/2020 (BRASIL, 2020a), nas normas sanitárias relacionadas às Boas Práticas de Serviços de Alimentação e de Fabricação de Alimentos (BRASIL, 2002; 2004) e na Análise de Impacto Regulatório (AIR) Processo SEI nº 25351.924624/2021-06.

O propósito deste guia é detalhar e esclarecer as recomendações sanitárias para doação de alimentos de forma segura para a população brasileira. Este documento não substitui as obrigações e responsabilidades estabelecidas nas legislações sanitárias em vigor no país. “Este Guia é de caráter recomendatório, devendo ser utilizado em conjunto com os regulamentos normativos existentes”, orienta a Anvisa. 

BAIXE AQUI

 

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia mais