O governo do Reino Unido fez seu maior investimento até hoje em proteína sustentável e investiu £ 12 milhões em pesquisas sobre carne cultivada. A verba será destinada para a criação de um centro de pesquisa que vai ajudar cientistas e empresas britânicas a aumentar a produção de carne cultivada.
Segundo o anúncio do governo, o polo vai funcionar por sete anos e, neste período, investigará como produzir carne cultivada em escala. Os pesquisadores também vão estudar o desenvolvimento de alimentos por meio da fermentação de precisão.
O novo Centro de Agricultura Celular (Cellular Agriculture Manufacturing Hub – CARMA) será liderado pela Universidade de Bath e financiado pelo Conselho de Pesquisa em Engenharia e Ciências Físicas (EPSRC).
O ministro de ciência, pesquisa e inovação do Reino Unido, George Freeman, falou sobre a urgência neste investimento. “Com 9 bilhões de bocas para alimentar até 2050, precisamos dobrar a produção mundial de alimentos na mesma área de terra, usando metade da energia e da água. Não podemos conseguir isso através da agricultura tradicional”.
Ainda de acordo com o ministro, o Centro vai liderar o desenvolvimento de novos processos para produzir grupos-chave de alimentos, como proteínas, de forma sustentável e econômica para alimentar uma população global crescente.
O Portal e-food já mencionou anteriormente que o aumento no consumo de proteínas ao longo dos anos, novos hábitos alimentares e preocupação com a sustentabilidade têm despertado na comunidade científica a necessidade de ampliar a tecnologia necessária para produzir alimentos e atender à crescente demanda alimentar mundial. Com atenção a novas tecnologias de produção, a proteína cultivada é uma das alternativas em vista.
EUA também está investindo na área
Também em abril, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos autorizou a comercialização da primeira carne cultivada no país. Em comunicado, o órgão informou que a consulta com a empresa GOOD Meat incluiu uma avaliação do processo de produção da empresa e do material de células cultivadas feito pelo processo de produção, incluindo o estabelecimento de linhas celulares e bancos de células, controles de fabricação e todos os componentes e insumos.
“Avaliamos as informações que a GOOD Meat, Inc enviou à agência e não temos mais perguntas neste momento sobre a conclusão de segurança da empresa. A empresa usará a tecnologia de cultura de células animais para retirar células vivas de galinhas e cultivá-las em um ambiente controlado para produzir o alimento de células animais cultivadas”, disse a FDA.
A consulta voluntária pré-mercado não é um processo de aprovação, mas significa que, após a avaliação cuidadosa dos dados e informações compartilhados pela empresa, não há mais dúvidas sobre a conclusão de segurança da empresa.