As toxinas naturais presentes nas plantas são um tópico complexo que ilustra a dualidade da natureza. As plantas produzem uma ampla gama de substâncias químicas como mecanismos de proteção contra predadores e doenças, algumas das quais podem ser tóxicas para os seres humanos. Um exemplo bem conhecido é a solanina presente nasbatatas – partes verdes ou brotadas que contêm concentrações aumentadas dessa toxina.
A presença dessas toxinas naturais nos alimentos cotidianos leva a uma dinâmica fascinante em nossa percepção de risco em relação aos produtos químicos. Embora muitas vezes aceitemos toxinas naturais nos alimentos sem questionar, geralmente temos uma percepção de risco mais elevada quando se trata de produtos químicos sintéticos, mesmo que estes sejam considerados inofensivos nas quantidades presentes. Essa discrepância reflete o quanto nossa percepção é influenciada pela familiaridade e pelo tipo de fonte de risco.
Para desenvolver uma melhor compreensão de como as toxinas naturais individuais, baseadas em plantas, são percebidas e qual o papel que o tema relacionado à infestação por mofo desempenha nisso, o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos ( BfR ) conduziu uma pesquisa, intitulada Monitor do Consumidor do BfR.
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Principais conclusões da pesquisa
(Esta versão de texto é uma tradução do texto original, que é a única versão juridicamente vinculativa)
- Os alimentos crus à base de plantas são consumidos frequentemente por 34% dos entrevistados, ocasionalmente ou raramente por 45% e muito raramente ou nunca por 19%.
- “Quais alimentos com toxinas vegetais naturais você já conhece?” Se essa pergunta for feita abertamente e sem pré-seleção, as batatas são nomeadas primeiro (15%), seguidas por tomates, feijões crus (9% cada) e cogumelos (5%).
- As substâncias tóxicas que ocorrem naturalmente preocupam 27% na pesquisa. Mais da metade dos entrevistados (53%) sentem-se mal informados sobre as toxinas vegetais presentes nos alimentos, enquanto apenas 8% se sentem bem informados.
- O estudo também questionou os entrevistados sobre alimentos mofados. Mesmo em pequenas quantidades, toxinas de mofo podem ser prejudiciais à saúde humana e animal. Geleia mofada, por exemplo, deve, portanto, ser sempre descartada completamente. No entanto, 25% dos entrevistados declararam que removem apenas a parte mofada. Mesmo no caso de frutas vermelhas mofadas, as frutas afetadas e ao redor não devem mais ser comidas. Apenas 60% aderem a essa regra.
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O Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos ( BfR ) é uma instituição científicamente independente dentro do portfólio do Ministério Federal de Alimentação e Agricultura (BMEL) na Alemanha. O BfR assessora o Governo Federal e os Estados (‘Laender’) em questões de segurança de alimentos, química e de produtos. O BfR realiza pesquisas independentes sobre temas intimamente ligadosas suas tarefas de avaliação.