O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou aos comerciantes, varejistas e atacadistas o recolhimento de dez marcas de azeites de oliva extravirgem para retirada de circulação, no último dia 15 de março. As marcas citadas pelo órgão foram: Terra de Óbidos; Serra Morena; De Alcântara; Vincenzo; Az Azeite; Almazara; Escarpas das Oliveiras; Don Alejandro; Mezzano; e Uberaba.
A medida é cautelar, está respaldada pelo Decreto nº 11.130, e faz parte dos desdobramentos da Operação Getsêmani que identificou esquema ilícito de importação, adulteração e distribuição de azeite de oliva fraudados. Após o recolhimento, os fornecedores também devem comunicar ao Mapa pelo canal oficial Fala.BR. para que seja realizada a devida ação fiscal para a correta destinação desses produtos.
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Entenda o motivo do azeite ser o campeão de fraude
Ao Portal e-food, a doutora, mestre e pós-graduada em Higiene, Inspeção e Tecnologia de Alimentos, Julia Simões explica o motivo do azeite ser considerado um dos campeões em fraude no mundo todo. Para isso, a especialista listou três fatores que contribuem diretamente para o azeite ocupar esta desagradável posição.
- Facilidade de obtenção de óleos vegetais de menor valor comercial (óleos de soja, milho, azeite lampante e etc.);
- Dificuldade em perceber sensorialmente as alterações no produto, em sua maioria pelos consumidores;
- Falta de agentes fiscalizadores com competência técnica para barrar esse tipo de ação.
“Geralmente, uma empresa que tem a praxe de fraudar o produto estará envolvida em episódios recorrentes. É um trabalho minucioso que demanda equipe técnica capacitada, análises laboratoriais sensíveis e denúncias”, diz a especialista. Leia a entrevista com a especialista na íntegra.