A multinacional espanhola Pascual Innoventures, braço de inovação aberta da empresa de laticínios espanhola Calidad Pascual, criou o primeiro programa de incubadora do mundo para agricultura celular na indústria de laticínios. Nomeado de Mylkubator, o programa quer investir em iniciativas que almejam mudar a indústria de laticínios por meio do desenvolvimento de proteínas alternativas.
Serão 10 startups selecionadas para receber um acompanhamento por seis meses com mentores da multinacional. Além disso, as startups terão acesso às instalações da Pascual para desenvolver e testar seus produtos. De acordo com o edital publicado pela Pascual Innoventures, tanto empresas que trabalham com agricultura celular quanto empresas que trabalham com soluções baseadas em fermentação ou desenvolvem tecnologias aplicadas podem se inscrever no programa.
Leite cultivado: entenda
O leite cultivado é criado pelo crescimento de células da glândula mamária em um ambiente externo (como um biorreator) que imita aquele encontrado dentro dos mamíferos (como uma vaca). Os micronutrientes são convertidos em leite, que pode ser colhido e purificado. Diferentes tipos de leite, incluindo leite de vaca e leite materno humano, podem ser produzidos a partir desse processo. Para que esse processo seja realizado é preciso muita experiência em várias áreas científicas.
O processo de inscrição está aberto e a fase de seleção começa em junho de 2021. Saiba mais sobre o programa no site do projeto: Mylkcubator.
Além do leite cultivado, grandes nomes da indústria de alimentos também estão investindo em tecnologias para a produção de carnes cultivadas. Em março deste ano, o Portal e-food noticiou o acordo mais recente envolvendo a carne cultivada no Brasil. A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e dona das marcas Sadia e Perdigão, assinou um memorando de entendimento com a startup israelense Aleph Farms, que desenvolve carne em laboratório a partir de células animais.
De acordo com a BRF, o acordo busca o desenvolvimento e produção de carnes cultivadas usando a produção patenteada da Aleph Farms e distribuição com exclusividade no Brasil até 2024. A novidade surgiu com o desenvolvimento da biotecnologia na produção de alimentos, trazendo benefícios para a cadeia produtiva e vantagens para o meio ambiente. A iniciativa também vai ampliar a variedade de portfólio para atender a diversos perfis de consumidores.
