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Rastreabilidade de pragas: monitorando sua cadeia de suprimentos internacional

O grupo Rollins – ORKIN e IFC trouxe para a “Special Sessions” da Conferência GFSI 2022, uma visão realista sobre os impactos da pandemia na cadeia de suprimentos internacional, e os aspectos relevantes a serem considerados para o monitoramento do controle de pragas em materiais e insumos que transitam entre os diversos países.

Os impactos gerados pela pandemia da COVID-19 alcançaram também as indústrias de alimentos e gerou grandes problemas relacionados ao fornecimento de matérias-primas. Até hoje não foi possível nos recuperarmos completamente e algumas indústrias que importam ou exportam matérias-primas e em grandes quantidades, recebem-nas em containers, que por vezes ficam por muito tempo parados nos portos até que possam seguir para os estoques. Esse tempo em trânsito e de armazenamento nos portos são mais que suficientes para que possíveis pragas possam completar todo o seu ciclo de vida e uma infestação possa levar a perdas consistentes para a produção de alimentos. Em caso de infestações como estas, é importante que a indústria tenha o apoio de uma equipe competente para o controle de pragas e que possa auxiliar na identificação do tipo de praga que gerou a infestação e quais as condições que podem ter colaborado para a ocorrência do problema, a fim de contê-la o quanto antes. Em casos de espécies cosmopolitas – aquelas espécies que podem ser encontradas em diversos países, como ratos e baratas, há dificuldade em realizar a rastreabilidade, pois a contaminação pode ter ocorrido em praticamente qualquer lugar durante o trânsito do material, portanto, neste aspecto também fica evidenciada a necessidade de um programa de controle de pragas bem implementado e estruturado para garantir as informações necessárias para todas as partes interessadas.

Os pontos fundamentais ressaltados durante a sessão sobre a implementação de um programa de controle de pragas que permita executar a rastreabilidade de pragas, caso seja necessário, são: a comunicação, relatórios detalhados e funcionais, o conhecimento científico para o controle de pragas e inspeções abrangentes dos materiais no ato do recebimento. 

Quanto à comunicação, foram ressaltados o contato sobre as divergências para as boas práticas de fabricação, armazenamento e transporte que possam colaborar com uma infestação de pragas, entre o prestador de serviço, cliente e outras partes interessadas de uma organização. Os relatórios estatísticos que são elaborados pelo prestador de serviços também são aspectos fundamentais e devem ser vistos de perto. São eles que indicarão uma tendência de infestações em áreas fabris que possam comprometer a exportação de produtos e perdas financeiras, dentro ou fora das organizações. Já o conhecimento científico é o aspecto fundamental para a rastreabilidade de pragas, pois é através dele que é possível identificar o tipo praga, a fase do ciclo de vida do inseto e da infestação. Como os materiais acabam ficando muito tempo em trânsito ou nos portos e esses locais não aplicam controle de pragas em suas dependências, grande parte dessas infestações ocorrem nesses locais, o que reforça ainda mais a necessidade de inspeções abrangentes dos materiais recebidos, uma vez que pragas podem ser trazidas para a indústria no ato do recebimento. 

De fato, a rastreabilidade de pragas é complexa e subjetiva e é fundamental a busca para manter as condições adequadas no ambiente fabril, a eliminação de infestações e o acompanhamento de perto do recebimento de materiais para evitar a transferência de uma infestação, e isso só pode ser feito através dos esforços aplicados entre prestador de serviço e indústria, com cooperação e parceria.

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