A primeira Conferência GFSI presencial em dois anos encerrou nesta quinta-feira (31) após três dias de discussão em torno do tema Entregando Impacto para Alimentos Seguros e Sustentáveis. Em discurso de abertura, a diretora do GFSI Erica Sheward enfatizou a responsabilidade da indústria dos alimentos de servir e proteger as pessoas mais vulneráveis do mundo. Essa ênfase ecoou nas conversas no palco da conferência, que permaneceu otimista, mas não se esquivou das crises de saúde, humanitária e econômica que impactam pessoas e alimentos em todo o mundo.
O evento, que contou com a presença de mais de 600 profissionais da área de segurança de alimentos e partes interessadas, refletiu o compromisso da GFSI com a sustentabilidade em consonância com seu status de Coalizão de Ação do Fórum de Bens de Consumo (em inglês, Coalition of Action of The Consumer Goods Forum – CGF). A plenária ‘Quebrando os Silos entre Segurança dos Alimentos e Sustentabilidade’ destacou este tema e reconheceu que as duas prioridades tendiam a colidir no passado.
Nesta sessão e em outras, líderes da indústria, agências reguladoras e CGF abordaram oportunidades para combater questões como mudanças climáticas, desperdício de alimentos e poluição plástica, mantendo ou aprimorando a segurança e a qualidade.
A Conferência também fez um mantra dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente os ODS 1 (sem pobreza), 2 (fome zero) e 6 (água limpa e saneamento). A liderança da GFSI convidou os delegados a se comprometerem novamente com essas metas em homenagem ao Dia Mundial da Segurança de Alimentos da ONU, que acontece no dia 7 de junho, e a organização está realizando uma pesquisa para saber como os membros da comunidade vão demonstrar seus compromissos.
As agências da ONU tiveram uma forte presença na conferência – muito alinhada com o ODS 17 – com a lista de palestrantes incluindo líderes da Organização Mundial da Saúde, do Programa Mundial de Alimentos, da Organização para Agricultura e Alimentação e da Comissão do Codex Alimentarius. As parcerias da GFSI com essas agências fazem parte da estrutura ‘Race to the Top’ e seus esforços para reforçar o papel da organização como líder de pensamento em segurança de alimentos.
“Somos parceiros naturais”, disse Steve Wearne, presidente da Comissão do Codex Alimentarius e Diretor de Assuntos Globais da Agência de Padrões Alimentares do Reino Unido . “Meu pedido a você é que tenhamos compromisso com uma colaboração renovada com a GFSI… porque há muito que podemos fazer juntos.”
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O futuro está aqui
A pandemia acelerou a adoção de tecnologias que foram discutidas anteriormente nas conferências da GFSI como meras possibilidades, como auditorias totalmente remotas, treinamento em segurança de alimentos por meio da realidade virtual e a adoção generalizada do comércio eletrônico de supermercado. Dois anos após a Conferência focada em tecnologia em Seattle, que exibiu inovações como essas, elas se tornaram partes aceitas de nossa realidade. Os resultados dessa experiência de dois anos foram discutidos em plenárias, breakouts, Sessões Especiais sobre soluções específicas e Tech Talks no Pavilhão de Exposições, bem como nos estandes dos expositores de última geração.
Mas na plenária ‘Inovação no Ecossistema de Segurança de Alimentos’, Janet Cox, Diretora Associada de Segurança e Conformidade Alimentar do varejista de alimentos de comércio eletrônico HelloFresh, alertou contra confiar demais na máquina. “As pessoas ainda são vitais para a segurança dos alimentos”, disse ela. “Tecnologia e inovação não podem substituir indivíduos, e ainda precisamos de especialistas em segurança de alimentos em nosso negócio.”
A palestra final da Conferência olhou mais para o futuro – embora talvez não muitas décadas depois, de acordo com o pesquisador de sistemas espaciais Angelo Vermeulen . Em 2013, o artista e cientista foi comandante de um estudo da NASA que tentou simular as condições de uma missão a Marte nas encostas de um vulcão havaiano, e desde então mantém os olhos nos céus. Ele encorajou os delegados a adotar estratégias desenvolvidas para o espaço em seus próprios locais de trabalho – e a considerar como os exploradores do espaço podem aprender com a indústria dos alimentos. Afinal, o espaço sideral pode em breve se tornar um dos mercados da indústria. “Talvez seja interessante que este grupo mude o nome para Iniciativa Interplanetária da Segurança de Alimentos”, sugeriu.
Já no palco, para o encerramento, a diretora do GFSI, Erica Sheward, chamou o GFSI de ‘uma jóia preciosa’. “Nós lideramos de frente, colocamos a comunidade global de segurança dos alimentos cara a cara pela primeira vez em dois anos e organizamos uma agenda poderosa sobre segurança dos alimentos e sustentabilidade”, disse ela, antes de anunciar que o país anfitrião do 2023 evento será os Estados Unidos. “Nós realmente estamos de volta.”
