A criação do primeiro néctar de frutas probiótico, de autoria de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), vai servir como alternativa a bebidas lácteas para pessoas com intolerância à lactose ou veganas. Na última sexta-feira (30), o estudo que estava em processo de patenteamento desde 2015 foi enfim reconhecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi).
De acordo com a publicação da pesquisa, “os probióticos estão associados ao controle dos níveis de colesterol, à estimulação do sistema imune, ao alívio da constipação e ao aumento da absorção de minerais, sem contar que ainda apresentam efeitos anticarcinogênicos e anti-hipertensivos. O néctar pode ser obtido de frutas como cupuaçu, açaí, cacau, ciriguela, caju, entre outras. Segundo carta patente expedida, o néctar probiótico tem potencial para ser usado pela indústria de alimentos no ramo de bebidas.”
No resumo da publicação, pesquisadores explicam que tradicionalmente os probióticos têm sido adicionados a produtos de base láctea, como leites, iogurtes e queijos. Esses itens contribuem para a sobrevivência dos microrganismos probióticos ao suco gástrico, que é altamente ácido. O desafio no desenvolvimento das bebidas à base de frutas é fazer com que o probiótico mantenha sua viabilidade mesmo diante de sua alta acidez, que pode inibir o crescimento desse microrganismo.
A pesquisa foi desenvolvida pela professora Ana Lúcia, sob orientação da professora Sueli Rodrigues, juntamente com as professoras da UFMA Tatiana Lemos e Virgínia Abreu.
Como o pedido da patente foi feito ainda em 2015, a professora informa que, ao longo desse período, já houve avanços nos estudos, como a avaliação da vida útil do néctar sob refrigeração, para nortear o prazo de validade do produto. Outro progresso foi o uso de adoçantes na elaboração dessas bebidas, com o objetivo de atender também o público com restrição de açúcar na dieta.
