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Entenda como as startups usam a tecnologia para evitar o desperdício de alimentos

Conheça iniciativas de foodtechs que têm feito a diferença no Brasil 

Cerca de 14% dos alimentos são perdidos antes de chegar aos mercados varejistas em todo o mundo, segundo dados obtidos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Pelo lado do varejo e consumidor, estima-se que 931 milhões de toneladas, ou 17% do total de alimentos adquiridos em 2019, foram para o lixo das residências, supermercados, restaurantes e outros serviços alimentares, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

As perdas de alimentos estão localizadas nas fases de produção, armazenamento, embalagem e transporte, enquanto o desperdício faz parte das etapas de varejo e consumo. 

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) explica que o compromisso do Brasil com a segurança dos alimentos e nutricional envolve o árduo trabalho de redução de perdas e desperdício de alimentos ao longo da cadeia de produção e consumo, cujo enfrentamento requer o desenvolvimento e transferência de soluções tecnológicas, políticas públicas robustas alinhadas à economia circular, e ações de educação e comunicação para mudança comportamental.

Para o Mapa, a redução das perdas e do desperdício de alimentos também significa gerar novas oportunidades de negócios. É nesta perspectiva que as startups têm usado a tecnologia para conectar alimentos que perderam o valor comercial, a fim de minimizar os impactos do desperdício. Trata-se de iniciativas que ajudam padarias, restaurantes e muitos outros estabelecimentos a não descartarem alimentos que ainda são seguros para o consumo imediato. 

FOOD TO SAVE

Este é o caso da  Food To Save, uma foodtechs que aplica a tecnologia para revolucionar o mercado de alimentos. A Food To Save é uma das pioneiras no combate ao desperdício de alimentos no Brasil, e nasceu com o propósito de conectar estabelecimentos e pessoas engajadas na luta contra o desperdício.

Para se tornar um “foodsaver”, a pessoa precisa baixar o aplicativo da Food To Save e se cadastrar. Em seguida, é só selecionar o estabelecimento e escolher se a sua Sacola Surpresa será doce, salgada ou mista, e pronto. Os alimentos na Food To Save são vendidos com até 70% de desconto e podem estar próximos do vencimento ou fora do “padrão estético” para as vendas, ou seja, são itens para o consumo imediato.

Segundo a foodtech, em apenas dois anos de atuação eles já geraram mais de R$10 milhões de economia para os “foodsavers”.

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COMIDA INVISÍVEL

A plataforma Comida Invisível é uma startup de governança social e ambiental, que através de tecnologia, integração e processos conecta alimentos que perderam o valor comercial com quem precisa.

A plataforma também conecta empresas doadoras de alimentos que perderam valor comercial, e estão em perfeitas condições de consumo, a ONGs previamente cadastradas. Ao todo, a startup tem mais de 20 mil ONGs mapeadas na plataforma, e conforme se expande pelo Brasil vai certificando as ONGs com uma equipe própria de nutricionistas espalhadas por todo Brasil para garantir a segurança jurídico- sanitária no destino do alimento doado.

A Comisa Invisível é certificada pela FAO/ONU com selo Save Food e premiados pela UnHabitat com o selo Wise Waste Cities que os considerou uma das 20 soluções mais inovadoras no combate ao desperdício de alimentos no mundo. 

McDonald’s se alia à Comida Invisível 

Em 2023, a rede de restaurantes McDonald’s, em parceria com a startup Comida Invisível,  arrecadou mais de 7 toneladas de alimentos para 33 ONGs em nove meses durante o programa de combate ao desperdício da rede.

O projeto foi realizado através da identificação e separação de ingredientes que perdem valor comercial por algum motivo, mas ainda contém qualidade para consumo. A quantidade de alimentos arrecadados é equivalente a 38 mil pratos de comida que foram direcionados para instituições dedicadas aos cuidados com pessoas em vulnerabilidade social.

Segundo as empresas envolvidas, para tornar o projeto possível, novos processos e protocolos foram inseridos na dinâmica dos restaurantes para identificação, separação e conservação de itens que apresentam características fora do padrão comercial do McDonald’s, mas que estão em perfeitas condições para consumo.

Na empresa, os alimentos que podem ser destinados para a doação incluem pães, tomates, maçãs, carnes (bovina e de frango), pães de queijo, croissant, tortinhas e casquinhas de sobremesa. “Apostamos no potencial da iniciativa para fazer a diferença, por isso investimos quase um ano de estudos para estruturar um programa escalável e que possa chegar a cada vez mais restaurantes. Pudemos celebrar um grande avanço neste ano, mas é apenas o começo”, afirma Marie Tarrisse, Gerente Sênior de Impacto Social e Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados no Brasil.

Ainda de acordo com os responsáveis pelo programa social, o engajamento dos funcionários foi um fator importante para o sucesso da iniciativa. “Os colaboradores dos restaurantes participantes recebem treinamentos e um guia com orientações sobre os processos, refletindo na iniciativa os mesmos cuidados com qualidade e segurança dos alimentos tradicionais das cozinhas do McDonald ‘s”, explicou Marie Tarrisse.

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