O mercado de alimentos no Brasil tem sido alvo de grandes investimentos e é um dos que mais cresce. Ao mesmo tempo, o mercado de embalagens passa pela mesma transformação com a abertura de novas empresas e melhoria dos processos de produção. Os consumidores estão cada vez mais exigentes, exigindo embalagens mais funcionais em termos de comunicação de informações e mais facilidades para segurar, carregar e utilizar (ACSA, 2012).
Ao buscar a etimologia da palavra “embalagem”, pode ser definido como: 1. Ato ou efeito de embalar; 2. O invólucro ou recipiente usado para embalar. A embalagem está presente na vida das pessoas em toda a parte do planeta. Vivemos em um mundo de produtos embalados, sejam eles de forma industrial ou artesanal. Dessa forma a embalagem se diferencia pelo conjunto de atividades, projetos e produção do recipiente ou envoltório de um produto, estando em formas, modelos e materiais diferentes. A utilização da embalagem está diretamente atrelada ao nosso estilo de vida, tendo uma função tão fundamental que passa a ser confundida com o produto em si, vista como o vendedor silencioso, que tem como função repassar informações sobre o produto ao consumidor (ACSA, 2012).
De acordo com Andrade; (2020), dentre as alterações que atingiram o contexto alimentar dos indivíduos, que com o passar do tempo, após a Revolução Industrial em meados de 1820 até os dias atuais, com o desenvolvimento de alimentos processados, sendo o consumidor um dos alvos mais importantes, as inovações em embalagens estão voltadas para a praticidade, onde a indústria de alimentos fomenta cerca de 35% da produção global de embalagens flexíveis.
De acordo com a história, a embalagem simulou uma enorme ferramenta para o desenvolvimento do comércio e para o crescimento das cidades. Proteger, conter e viabilizar o transporte dos produtos eram as funções iniciais, mas com o desenvolvimento da humanidade e de suas atividades econômicas, a embalagem foi incorporando novas funções e passou a conservar, expor, vender os produtos e por fim conquistar o consumidor por meio de seu visual atraente e comunicativo (ACSA, 2012).
A embalagem nasce por meio de um projeto, que deve ser elaborado, de forma a agregar valor para o produto. Geralmente, os projetos de embalagens são concebidos por designers. Informados de que para alcançar um bom resultado final é necessário responsabilidade e participação, estes profissionais devem seguir uma metodologia, que é composta por alguns pontos importantes a considerar: Conhecer o produto, o consumidor, mercado, concorrência, tecnicamente a embalagem a ser projetada, os objetivos mercadológicos, design, etc (ACSA, 2012).
A embalagem proporciona uma barreira entre o alimento e o ambiente, imprime vida na relação do consumidor com o produto, separando funções de conter, proteger e transportar, sendo que a escolha da embalagem deve levar também em consideração o aspecto tecnológico, onde os fatores de resistência mecânica, empilhamento, transporte, manuseio e estocagem devem ser considerados juntamente com o de saúde pública, determinado pela proteção ao alimento.
A conservação dos alimentos permite acesso a uma alimentação variada, onde a aplicação correta dos métodos de conservação diminui o desperdício e perdas causadas pela presença de vetores (MOTA, 2009).
As principais estruturas de embalagens são:
– Vidro: É um dos mais antigos materiais de embalagens, apresentando características como boa inerticidade, excelente barreira contra os gases, aromas e reciclabilidade. (ACSA, 2012).
– Metal: Latas de metal hermeticamente fechadas, apresentam estrutura rígida, constituída de uma folha de flandres, revestidas por estanho, podendo ter uma camada de verniz para dar maior proteção ao conteúdo (MOTA; 2009).
– Filmes Flexíveis: Possuem propriedades de custo baixo, produzidos em variedade de propriedades de barreira contra umidade e gases, são seláveis à quente para evitar o vazamento do conteúdo e adequados para o envase em alta velocidade. Suportam tensão úmida e seca com resistência a impactos, sendo fáceis de manusear e imprimir, como o Polietileno tereftalato (PET); Polietileno de alta densidade (PEAD); Cloreto de polivinila (PVC) (MOTA; 2009).
– Embalagens Ativas: Estrutura que além de funcionar como uma barreira a influências externas, interage com o produto e em alguns casos responde a mudanças do ambiente, sendo a Embalagem em atmosfera modificada (EAM), um dos exemplos (MOTA; 2009).
Um ponto importante a considerar em relação àas embalagens é estabelecido em legislação. Os critérios de controle do uso de materiais para contato com alimentos e seus constituintes por meio de regulamentação, não somente asseguram a qualidade de embalagens sob o ponto de vista de segurança, mas também a correta especificação e adequação de embalagens para os mercados interno e externo. No Brasil, o atual sistema de legislação se estabelece em forma de Portarias e Resoluções para cada tipo de material de embalagem, sendo que são derivadas das Resoluções do MERCOSUL, internalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, estabelecido em sistema de “Listas Positivas”. As resoluções MERCOSUL sobre materiais plásticos, internalizadas no Brasil pela sua publicação em Diário Oficial da União, são apresentadas na Resolução 105 de 1999 (FABRIS; 2007).
Considerando que o produto acondicionado foi produzido dentro dos padrões de qualidade aceitáveis e próprios para o consumo, as propriedades mecânicas da embalagem serão as responsáveis por impedir a deterioração microbiana, a infestação por insetos e roedores, e as propriedades de barreira pela qualidade sensorial do produto (OLIVEIRA et.al; 2011).
A grande variedade de materiais empregados na composição das embalagens para contato com alimentos proporciona à indústria e ao mercado consumidor, produtos de alta qualidade, maior shelf life (vida de prateleira) e alcance na distribuição (FABRIS; 2007).
REFERÊNCIAS
SOUSA. L. C. F. S. et al – Tecnologia de Embalagens e conservação de alimentos quanto aos aspectos físico, químico e microbiológico – Revista ACSA/ ACSA – OJS: 2012.
ANDRADE. M. M – Presença dos Compostos Orgânicos Voláteis em Embalagens Flexíveis de Alimentos: Revisão Bibliográfica – UNICESUMAR – Maringá – PR, 2020.
FABRIS. S. et al – Embalagens plásticas: tipos de materiais, contaminação de alimentos e aspectos de legislação – Revista Brasileira de Toxicologia 19, n,2 2006.
MOTA. S. L. et al – Embalagens utilizadas nos produtos cárneos – UFRP – 2009.
OLIVEIRA. L. M. et al – Embalagens Plásticas para Pet Food: Relação entre qualidade e proteção – CETEA Vol. 23 Nº 02 – 2011.
Ótimas l informações 😃
Obrigado pelo feedback!