A inteligência artificial (IA) é uma realidade e estamos todos susceptíveis a ela com diversas aplicações nos mais diversos campos. Com a área de alimentos não seria diferente, e sim, a inteligência artificial pode e já auxilia muitos profissionais nessa área. No entanto, é importante relembrar o conceito de inteligência artificial, que são máquinas pensando como seres humanos e tomando decisões.
Na montagem de um plano de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) – ferramenta que avalia perigos na indústria de alimentos e estabelece um sistema de controle com foco na prevenção, quando o sistema reduz o número de respostas na árvore decisória, permitindo a classificação mais rápida de uma medida de controle, ou quando nos permite distribuir perigos em fluxos de forma rápida, pode-se dizer que a IA está agindo.
Para entender quais são os impactos da IA na indústria de alimentos, o Portal e-food conversou com Fernanda Rodrigues, consultora dos Sistemas Qualis e Qualis 22, uma ferramenta otimizada onde tudo que é cadastrado se transforma automaticamente em um relatório organizado. A especialista explica sobre os principais desafios que podem ser observados quanto ao uso da IA na certificação de sistemas de gestão de qualidade e segurança de alimentos para empresas da cadeia produtiva.
Segundo Fernanda, pode-se considerar que o mundo ainda está engatinhando quando se fala de IA. “Vemos que ferramentas como Alexa, Google, Siri e Chat GPT são incríveis, mas as respostas apesar de ajudarem nem sempre são assertivas, ou seja, veja um exemplo, perguntei ao chat GPT quais as fontes de perigos alimentares na produção de leite e me retornou a seguinte lista:
- Contaminação Bacteriana;
- Contaminação Cruzada;
- Data de Validade Expirada;
- Armazenamento Inadequado;
- Leite Cru;
- Presença de Antibióticos
- Contaminação Química;
- Fraude Alimentar;
- Má Higiene Pessoal;
- Alergias Alimentares;
- Intolerância à Lactose;
- Contaminação por Microrganismos Patogênicos.
Apesar de uma boa base conceitual, ele mistura perigos com riscos e não traz informações muito específicas, mas ajuda muito no caso de um brainstorm quando estamos levantando as possibilidades”, explica.
Ainda de acordo com Fernanda, a implementação de ferramentas automatizadas, mesmo não pensando totalmente sozinhas, permite ao usuário uma grande economia de tempo e garante planos mais detalhados e precisos. Ela também acredita que as ferramentas ficarão cada dia mais robustas.
Quatro em cada seis brasileiros acreditam no potencial da IA
Em pesquisa recente, a Getty Images concluiu que a América Latina é uma das regiões com maior interesse e entusiasmo pelas tecnologias de IA em todo o mundo.
De acordo com o estudo, que entrevistou cerca de 7 mil adultos em mais de 25 países ao redor do mundo, quatro em cada seis brasileiros afirmaram que a IA pode impactar positivamente suas vidas. Esse número está acima da média global, onde apenas 5 em cada 10 concordaram.
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De acordo com Fernanda Rodrigues, consultora dos Sistemas Qualis e Qualis 22, a ferramenta atende às demandas da empresa/profissional que precisa de IA para automatizar os processos de gestão.
A consultora do software explica como ele pode funcionar na prática. “O Qualis 22 é um software para a montagem de planos HACCP, com ele o usuário economiza muito tempo, pois todos os dados cadastrados são interligados e rastreáveis, por exemplo, quando alteramos um perigo em uma matéria prima qualquer ponto do fluxo onde esta matéria prima foi inserida é automaticamente alterado. No Qualis 22, os fluxos são produto processo específico, ou seja, um fluxo para cada SKU, permitindo ter fluxos mais assertivos e controlar os perigos de forma mais segura, pois sabemos exatamente o que entra de material na produção de um determinado produto”.
Outro ponto interessante do sistema e, segundo Fernanda, muito relacionado à inteligência artificial é a montagem de relatórios. Tudo que é cadastrado no sistema automaticamente vira um relatório organizado e formatado, pronto para utilizar nos controles de documentos.
“Essas e mais muitas outras funções do sistema nos permitem uma economia de tempo enorme além de garantia de resultados já que as falhas humanas são minimizadas e os trabalhos repetitivos eliminados. E continuamos sempre estudando e buscando novas ferramentas e formas de melhorar nosso sistema”, completa Fernanda.