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O que foi destaque no 12º Fórum: Prevenção e Controle de Perigos Físicos na Indústria de Alimentos 

Encontro virtual foi o primeiro de 2023 e proporcionou aos participantes acesso a visões e experiências de especialistas que trabalham diretamente com perigos físicos nas indústrias

O Portal e-food realizou na última terça-feira (11), a 12ª edição do Fórum do Portal e-food com o tema Prevenção e Controle de Perigos Físicos na Indústria de Alimentos para profissionais do setor. O encontro virtual foi o primeiro de 2023 e proporcionou aos participantes o acesso a visões e experiências de especialistas que trabalham diretamente com perigos físicos nas indústrias. O debate, mediado pelas cofundadoras do Portal e-food, Luciana Salles e Natália Lima, não ficou restrito a um tipo de alimento ou perigo físico, o que resultou em maior amplitude ao tema.

As palestrantes Maira Cardoso, Sabrina Ferretti e Tainá Falleiros responderam perguntas das mediadoras e também tiraram dúvidas de alguns participantes por cerca de duas horas. O encontro foi exclusivo aos inscritos, mas o Portal e-food destaca agora alguns pontos que repercutiram durante o Fórum. 

Maira Cardoso, com mais de 12 anos de experiência em Gestão de Qualidade em Processo Fabril de Alimentos nos Segmentos de Atomatados, iniciou a discussão destacando que o foco é controlar perigos, mas que também é fundamental evitar que eles entrem nos processos produtivos. Ao analisar as principais portas de entrada para a contaminação física na indústria de alimentos, Maira destacou cinco quesitos: 

1- Matéria prima: verificar a procedência da matéria prima e quais são os riscos nos processos.

2- Embalagens: principalmente as embalagens rígidas como frascos e garrafas. Essas embalagens podem causar perigos ao processo.

3 – Boas Práticas de Fabricação (BPF): neste quesito a palestrante destacou o controle de pragas e o quanto essa prática é importante. Conforme explicado pela Maira, a gestão no controle de pragas ajuda a mitigar controles de moscas e insetos, por exemplo.

4- Higiene pessoal: este quesito é um grande desafio para criar o hábito de consciência de toda a equipe

5 – Condições prediais: vidros e lâmpadas nas instalações são perigos de risco alto, além do o próprio processo, considerando equipamento e desenho sanitário

Efetividade

Outro ponto importante do fórum foi abordado pela palestrante Sabrina Ferretti, especialista em controle de perigos físicos na indústria de alimentos há 20 anos. Ela falou sobre como os programas de pré-requisitos podem ser mais efetivos na prevenção dos perigos físicos e listou os principais pré-requisitos para a indústria minimizar a entrada desses riscos na produção de alimentos.

Segundo ela, falar em efetividade é muito importante pois na prática são mais difíceis de serem implementados. “O programa mais simples pode ser o mais efetivo. O projeto precisa olhar holisticamente para todos os efeitos de curto e, principalmente, de longo prazo. Melhores projetos acarretam programas de pré-requisitos eficazes”, disse.

A palestrante citou ainda alguns exemplos para levar para o dia a dia de uma empresa. “Um plano de manutenção preventiva pode ser simples e executável, ou caro e complexo de executar. Isso depende do design e projeto do equipamento. Se na aquisição do equipamento o time buscar simplicidade e facilidade na execução, com foco na prevenção de quebra e desgaste, a chance de sucesso de prevenção de qualquer tipo de perigo é maior”. Para melhor compreensão, Sabrina destacou dois motivos para adotar um bom projeto sanitário:

“Quando o projeto facilita e o seu time não precisa desmontar o equipamento para limpeza, isso reduz o risco de quebras e facilita a manutenção. O segundo motivo: quando não se tem acesso à limpeza, é comum compensar a falta de ação mecânica usando mais químicos, ou seja, começa a fazer misturas de químicos que podem prejudicar o equipamento, tornando-o mais poroso e quebradiço”, alertou a especialista.

Análise de custo 

A palestrante Tainá Falleiros, especialista em Limpeza e Higienização, com experiência de 15 anos em Qualidade em Indústria de Alimentos Diversos, em um dos seus momentos no fórum falou sobre a importância de mostrar para a gerência da empresa os motivos pelos quais seria interessante a implementação de um gerenciamento de perigos físicos. Para exemplificar seu ponto de vista, a palestrante fez uma analogia entre os profissionais que atuam na área e os bombeiros.

“Uma coisa que a qualidade faz pouco é fazer um levantamento do custo da não qualidade, agindo muito com a correção. Para conter o sangramento, atuamos como os bombeiros da fábrica, estancando o sangue, mas a gente dificilmente anota todos os custos e o tempo que perdemos naquele fogo. Colocar em uma espécie de “listinha de desejos” o custo do reprocesso e o tempo tomado da coordenação e gerência podem ajudar”, disse.

Time multidisciplinar

A inserção de uma equipe multidisciplinar, onde todos tenham o mesmo peso na discussão e compartilhem das mesmas responsabilidades, faz a diferença nas atividades práticas na indústria de alimentos. As cofundadoras do Portal e-food contribuíram sobre o assunto com observações baseadas em suas respectivas experiências. 

Segundo Luciana Salles, times de engenharia e produção, pensando juntos, podem aprimorar a percepção de riscos. Além disso, a engenheira química destacou que é fundamental que todos da equipe tenham conhecimento do que está sendo realizado e decidido.

A consultora e nutricionista Natália Lima destacou em seguida que ter aliados na área de meio ambiente, saúde e segurança junto com a qualidade, dentro de uma mesma empresa, é muito importante para todo o processo. “Nós podemos pensar juntos sobre como satisfazer todas as necessidades envolvidas antes de executar uma ação, com isso podemos ser mais assertivos na mitigação de riscos ao produto, otimização do tempo, atendimento aos requisitos envolvidos e prevenção de gastos desnecessários com retrabalhos.”, complementa.

O 12º Fórum encerrou sua edição agradecendo ao patrocinador master, Qualis 22, e aos apoiadores institucionais. São eles: Associação Brasileira de Engenharia de Alimentos – Estado de São Paulo (Abea-SP), Associação Brasileira para a Proteção dos Alimentos (Abrapa), o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (sbCTA).

O próximo fórum do Portal e-food está previsto para acontecer em junho deste ano. O tema será anunciado em breve nas redes sociais do Portal.

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