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Premix e Núcleo para Bovinos

A alimentação representa a maior parcela dos custos de produção na criação bovina e por isso a utilização de alimentos alternativos de qualidade e de composições conhecidas para formulação de rações de custo mínimo possibilitam uma adequação a economia mais conveniente ao produtor (Araújo, 2019). 

Outra alternativa, é a de utilização de dietas com alta densidade nutricional. O resultado tem sido uma melhoria constante no rendimento de carcaça, a maciez da carne é o parâmetro de qualidade mais importante exigido pelo consumidor. Ainda para reduzir custos na produção, tem-se buscado alternativas que visam o melhor aproveitamento dos ingredientes das rações, tendo em vista que a alimentação é responsável pela maior parte destes custos (MENTEN, et al. 2008; BALOG et al., 2008). 

O núcleo é uma forma mais concentrada de suplemento nutricional que contém uma combinação de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais (macro e micro), aminoácidos e aditivos específicos. O núcleo é projetado para ser adicionado em maiores quantidades à ração animal, geralmente em combinação com outros ingredientes, como grãos e proteínas vegetais, para formar uma dieta completa e equilibrada. O núcleo permite uma formulação mais personalizada da ração, atendendo às necessidades específicas dos animais em diferentes estágios de produção e saúde (Vaccinar, 2023). 

Um premix, por outro lado, é uma mistura pré-dosada de vitaminas, minerais e outros aditivos nutricionais. Ele geralmente é adicionado à ração animal em pequenas quantidades para garantir que os animais recebam todos os nutrientes necessários para  um crescimento saudável, produção eficiente e manutenção da saúde. Os premixes são formulados de acordo com as necessidades específicas de cada espécie animal, levando  em consideração fatores como idade, peso, estágio de crescimento, produção (por  exemplo, produção de leite, carne ou ovos) e condição de saúde (Vaccinar, 2023).

Ambos são formulados levando em consideração a biodisponibilidade dos nutrientes, ou seja, a capacidade do animal de absorver e utilizar eficientemente esses nutrientes. Além disso, as interações entre os nutrientes também são consideradas para garantir que não ocorram antagonismos ou sinergias indesejáveis entre os componentes do suplemento (Couto, 2010).

Os minerais são considerados elementos essenciais para uma boa nutrição animal, os desequilíbrios deles na dieta animal podem ocorrer tanto pela deficiência como pelo excesso. Como se trata de um grande número de elementos que desempenham as mais variadas e complexas funções no organismo, os sintomas causados pelos desequilíbrios na dieta não são específicos, podem ser confundidos com aqueles causados por deficiência de energia e proteína (alimentação deficiente qualitativa e quantitativamente) ou por problemas de saúde (parasitismo e/ou doenças infecciosas). (Soetan et al., 2010). 

Os macro-elementos cálcio e fósforo constituem a base da formação esquelética, enquanto que sódio, cloro e potássio, estão distribuídos em maiores concentrações nos tecidos moles, controlando o equilíbrio ácido-básico orgânico, e os micro-elementos participam principalmente como agentes catalíticos em todas as reações do metabolismo (Bertechini, 2006).  

Os minerais têm sido introduzidos em dietas para animais com produtos inorgânicos.  Atualmente tem havido grande interesse no uso de quelatos ou minerais orgânicos. Este interesse tem sido estimulado por resultados de pesquisas que demonstram uma melhora no crescimento, reprodução e sanidade de animais, alimentos com minerais quelatados (Lippolis et al. 2017). 

Os quelatos são substâncias de forma anelada que envolvem metais, principalmente bivalentes, com constantes de dissociação variável. Um elemento mineral trans quelatado, é aquele que passa por um tratamento industrial, que tem esse mineral e duas ou mais porções de uma molécula chamada agente quelante. A associação de minerais com compostos orgânicos, presentes nos alimentos, afeta a disponibilidade destes minerais para o organismo animal (Junqueira, 2008). Apesar dessa boa produção alimentar, o fato é que as pastagens não suprem todas as carências dos animais, em especial, se forem observadas as necessidades relativas ao crescimento, mantença, produção e reprodução dos bovinos (HOFFMANN, 2014). Outro fator importante é que, de acordo com a região, como por exemplo, o Cerrado brasileiro, que é um bioma que apresenta uma baixa fertilidade e um solo pobre em nutrientes, consequentemente, tem uma menor oferta de forragem para os animais, em casos como  esses, será sempre necessária a inclusão de alimentos com maior teor de proteína, energia,  vitaminas e minerais na dieta dos animais. Estes nutrientes são exigidos, de um modo geral, para que o gado tenha um bom desempenho em todas as perspectivas, variando de acordo com a categoria, estado fisiológico e objetivo da produção (HOFFMANN, 2014). Os minerais orgânicos representam uma excelente alternativa para o aprimoramento nutricional de aves. Na forma orgânica, os minerais são absorvidos pelos carreadores intestinais de aminoácidos e peptídeos e não por transportadores intestinais clássicos de minerais. Isto evita a competição entre minerais pelos mesmos mecanismos de absorção (Fucillini, e Veiga, 2015).

 

Bibliografia 

  • Araújo, Fernando de.; Silva, Kellen Cristina Freitas; Silva, Layane Karoline Santos. Mapeamento de fluxo de valor aplicado em uma fábrica de produção de ração para bovinos. Universidade Federal de Uberlândia, 2019. 
  • BALOG, A.; MENDES, A.A.; ALMEIDA PAZ, I.C.L.; MARTINS, M.R.F.B. ;  FERNANDES, B.C.S. ; MILBRADT, E.L. ; CARDOSO, K.F.G. ; CANIZARES, M.C. ;  KOMIYAMA, C.M. ; ALMEIDA, I.C.L. ; SANFELICE, C. ; Avaliação da maciez da  carne de peito de frangos alimentados com dietas de alta densidade nutricional. Revista Brasileira de Ciências Avícola. Suplemento 10, Campinas: Facta, 2008, p. 95. 
  • Bertechini A.G. Nutrição de monogástricos. 1. ed. Lavras – MG: Ed. ufla, v. 1.p. 302.  2006. 
  • COUTO, H. P. Fabricação de Rações e Suplementos para Animais. Editora: Aprenda Fácil, 2010. 
  • FUCILLINI, D.G.; VEIGA, C.H.A.DA. Controle da capacidade produtiva de uma fábrica de rações e concentrados: um estudo de caso. 2015. 
  • HOFFMANN, A. et al. Produção de bovinos de corte no sistema de pasto suplementado no período seco. Nativa, Sinop, v. 02, n. 02, p. 119-130, abr./jun. 2014. Disponível em  http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/nativa. Acesso em dez./2022
  • Junqueira O.M. 2008. Nutrição animal – Quelatos na alimentação animal – Boletim técnico. Capturado em 11 fev. 2008. Online. Disponível na internet.  http://www.pedrovet.com.br/trabalhosC/QuelatosnaAlimentacao.doc 
  • Lippolis, K. D., Cooke, R. F., Silva, L. G. T., Schubach, K. M., Brandao, A. P., Marques, R. S., Larson, C. K., Russell, J. R., Arispe, S. A., Delcurto, T., & Bohnert, D. W. (2017).  Effects of organic complexed or inorganic Co, Cu, Mn and Zn supplementation during a  45-day preconditioning period on productive and health responses of feeder cattle, 2017.  Acesso: https://doi.org/10.1017/S1751731117001033 
  • MENTEN, J.F.M. ; RACANICCI, A.M.C. ; TRALDI, A.B. ; RIZZO, P.V. ;  CECCANTINI, M.L. ; Avaliação da eficácia de complexo enzimático na dieta sobre o  desempenho de frangos de corte criados em granja experimental. Revista Brasileira de Ciência Avícola. Suplemento 10, Campinas: Facta, 2008, p. 69. 
  • Soetan, K.O.; Olaiya, C.O.; Oyewole, O.E. (2010) The importance of mineral elements  for humans, domestic animals and plants: A review. Afr. J. Food Sci., 4, 200– 222.
  • Veiga J.B., Cardoso E.C. 2005. Criação de gado leiteiro na zona bragantina Versão  Eletrônica. Capturado em 11 fev. 2008. Online. Disponível na internet.  http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/GadoLeiteiroZonaBra gantina/paginas/apresentacao.htm
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